Um padre da Igreja Copta Ortodoxa do Egipto foi assassinado na quinta-feira no Cairo.
Segundo um comunicado emitido pelo bispo Angaelos, da Igreja Copta no Reino Unido, o padre Samaan Shehata estava de visita à capital para recolher ajuda humanitária para os pobres da sua paróquia, na região de Beni Suef, quando foi atacado à facada.
Testemunhas relatam que o sacerdote estava a andar na rua quando um homem começou a persegui-lo, armado com uma faca. O suspeito conseguiu apanhar o padre e desferiu vários golpes, deixando-o gravemente ferido, sem que ninguém interviesse.
O comunicado do bispo Angaelos refere que os serviços de emergência demoraram mais de uma hora a chegar ao local e quando o fizeram não prestaram primeiros socorros. O padre Samaan morreu dos seus ferimentos.
O suspeito foi detido mas, ainda segundo o comunicado, foi considerado mentalmente instável e por isso libertado.
“Porque é que o atacante é imediatamente considerado inimputável sem um diagnóstico profissional e, se é incapaz e conhecido por ser criminoso, porque é que o deixam na comunidade, com armas ao alcance?”, pergunta o bispo Angaelos no comunicado enviado à Renascença.
Este é apenas o mais recente de muitos incidentes que atingem a comunidade cristã do Egipto. Os coptas são a maior comunidade cristã de todos os países árabes, representando entre 10% e 15% da população egípcia.
Há muitos anos que se queixam de discriminação e perseguição por parte de membros da maioria muçulmana. Em Maio, num dos piores incidentes de que há memória naquele país, perto de 60 coptas, incluindo crianças, foram obrigados a sair de um autocarro que os levava a visitar um mosteiro no deserto e, quando se recusaram a renunciar à sua fé, foram todos atingidos por rajadas de armas automáticas, matando 28 e deixando os restantes feridos.
Antes, em Abril, bombas colocadas em igrejas coptas mataram perto de 50 pessoas em oração.