Cristina García Rodero foi a primeira espanhola a ser admitida na prestigiada agência de fotojornalismo Magnum. O seu trabalho poderá ser visto a partir desta quarta-feira em Braga. Na Praça da República, até 9 de novembro, a exposição “Terra de Sonhos” revela o olhar da fotógrafa sobre o mundo rural indiano.
Organizada pela Fundação “la Caixa”, em colaboração com o BPI e a Câmara Municipal de Braga, a exposição é composta por 40 fotografias e faz parte do programa "Arte na rua", através do qual a Fundação “la Caixa” pretende aproximar a arte das pessoas, fora do contexto dos museus ou das salas de exposições.
Na Praça da República são mostradas imagens que, ao que explica a organização em comunicado, pretendem “dar voz às mulheres das comunidades rurais de Anantapur (Andhra Pradesh) e destacar o seu poder na transformação das suas comunidades”.
"Terra de Sonhos" revela em paralelo a “singularidade e a assimetria do mundo rural da Índia”, pode ler-se no documento. A região fotografada por Cristina García Rodero, é uma das mais pobres da Índia.
A exposição “reflete a vida quotidiana dos habitantes de Anantapur, no estado de Andhra Pradesh, uma das zonas mais pobres da Índia, onde vivem as comunidades mais desfavorecidas e vulneráveis do país”, indica a organização.
Licenciada em Belas Artes pela Universidad Complutense de Madrid, Cristina García Rodero “foi convidada a documentar as condições de vida das comunidades de Anantapur, na Índia”, onde esteve durante um mês e meio.
A fotógrafa “visitou hospitais, centros de acolhimento de mulheres vítimas de violência, oficinas, escolas e casas, realizando fotografias que dão voz a pessoas que são, muitas vezes, esquecidas: crianças, pessoas com deficiência e, especialmente, mulheres”.
Esta exposição itinerante mostra o seu olhar sobre “mães, camponesas, costureiras, noivas de diferentes religiões, professoras, enfermeiras e estudantes”, pessoas que têm uma ação transformadora naquelas comunidades indianas.
A fotógrafa nascida em Puertollano, na Ciudad Real, em 1949, e que já recebeu inúmeros prémios – entre eles um da World Press Photo em 1993 – conseguiu “fundir-se na alegria e no sofrimento daqueles que encobrem, com cor e graciosidade, o claro-escuro (chiaroscuro) da sua própria existência”.