As "falsas urgências" não param de aumentar
28-11-2019 - 08:05
 • Renascença

O PSD interpela, esta quinta-feira, o Governo sobre a "situação da saúde em Portugal".

Desde o início do ano, 43% dos atendimentos feitos nos hospitais foram considerados como não urgentes. Este valor das chamadas “falsas urgências” é maior do que em todo o ano de 2018 (41,8%) e de 2017 (42%).

Segundo o “Jornal de Notícias”, a falta de médicos de família entope hospitais com falsas urgências.

Em Lisboa e Vale do Tejo, onde faltam mais médicos de família, metade dos doentes que afluem aos hospitais receberam pulseiras verdes e azuis.

“O período mais crítico do ano nas urgências aproxima-se e os sinais de rutura estão aí, com serviços assoberbados de doentes (muitos não urgentes) e falta de profissionais”, escreve o jornal.

Desde 2016 que têm vindo a ser implementadas medidas para reduzir a procura das urgências por doentes não urgentes. No Norte, avançaram projetos, mas os resultados nacionais deixam a desejar.

PSD interpela Governo sobre a situação da saúde

O PSD interpela, esta quinta-feira, o Governo sobre a "situação da saúde em Portugal", no primeiro debate do género da legislatura e que conta com a presença obrigatória do executivo.

A saúde já tinha sido o tema da última interpelação ao Governo do PSD na última legislatura, bem como do último debate temático marcado pelo partido, em 27 de junho, ocasiões em que o PSD abordou as dificuldades no acesso dos cidadãos à saúde e desafiou a ministra do setor, Marta Temido, - que transitou do XXI para o XXII Governo - a assumir que esta área da governação falhou.

No debate do programa do Governo, no final de outubro, Rui Rio apontou "quatro anos de degradação" na saúde, e desafiou o primeiro-ministro a esclarecer porque recusa em absoluto a criação de Parcerias Público-Privadas (PPP), o principal motivo na base da falta de entendimento entre os dois partidos sobre a Lei de Bases da Saúde, aprovada à esquerda no final da última legislatura.

Nesse debate, Rio exigiu ainda a António Costa esclarecimentos sobre a data de arranque das obras na ala pediátrica do Hospital de São João, no Porto, com o primeiro-ministro a apontar para o final do primeiro semestre de 2021.

Durante a campanha eleitoral, a saúde foi uma das principais áreas da governação criticadas pelo líder do PSD, que acusou repetidamente o ministro das Finanças, Mário Centeno, de ser o "verdadeiro ministro da Saúde" e defendeu que aos portugueses importa uma "melhor gestão" na área da saúde, e com menos custos, e não se esta "é pública ou privada".