O cardeal arcebispo de Colónia, na Alemanha, foi suspenso durante seis meses por falhas graves na forma como lidou com uma sucessão de casos de abusos sexuais na diocese.
A informação foi divulgada na sexta-feira pela Santa Sé. A suspensão terá sido solicitada pelo próprio cardeal Rainer Maria Woelki.
Segundo o comunicado do Vaticano Woelki não é suspeito de ter cometido qualquer ilegalidade, mas de ter falhado em termos de comunicação e abordagem ao problema dos abusos sexuais em Colónia, provocando assim “uma crise de confiança” entre a comunidade católica, perturbando muitos crentes”.
A igreja alemã tem estado a lidar nos últimos anos com os efeitos casos históricos de abusos sexuais e, nomeadamente, com a forma como estes foram tratados pela hierarquia. Uma primeira investigação, a nível nacional, revelou que tinha havido 87 casos de queixas contra padres na diocese de Colónia. Foi encomendada então uma segunda investigação, só para a diocese de Colónia, mas o cardeal recusou-se a publicar as suas conclusões, motivando críticas por parte da sociedade.
Esse facto levou a que fosse feita uma terceira investigação, independente, que revelou a existência de cerca de 300 vítimas de abusos só em Colónia, entre 1975 e 2018, na maioria cometidos por sacerdotes. As conclusões apontam ainda para graves falhas na forma como a hierarquia lidou com estes problemas.
A suspensão do cardeal Woelki surge depois de ter sido feita uma investigação – uma visitação apostólica, em termos eclesiais – levada a cabo por um bispo sueco e outro holandês, nomeados pela Santa Sé.
Com 65 anos de idade, Woelki terá ainda pelo menos uma década à frente da arquidiocese, salvo algum imponderável, quando voltar ao ativo, dentro de seis meses. Até lá o cargo será desempenhado pelo bispo auxiliar de Colónia Rolf Steinhauser Thuburnica.