O Presidente dos EUA, Joe Biden, visitou no domingo a fronteira com o México pela primeira vez desde que tomou posse, em janeiro de 2021.
Acompanhado de agentes de patrulha da fronteira, Biden visitou uma secção do muro que divide os dois países, que foi uma das prioridades do seu antecessor republicano, Donald Trump.
Desta forma, o chefe de Estado norte-americano tentou demonstrar que leva o assunto da imigração a sério, encarando um dos tópicos políticos mais fraturantes no país num momento em que se prepara para se recandidatar à presidência.
Na quinta-feira, Biden tinha anunciado que a sua administração vai limitar a imigração para os EUA, na prática impedindo a entrada de migrantes de Cuba, Haiti e Nicarágua pela fronteira mexicana e engrossando a lista de nacionalidades que podem ser recambiadas para o México.
A medida não convence opositores republicanos como o governador do Texas, Greg Abbott, que já veio acusar o Presidente de falhar na aplicação das leis de imigração.
"Violou a sua obrigação constitucional de defender os Estados Unidos de uma invasão através da execução fiel das leis federais", acusou Abbott, potencial candidato republicano à presidência em 2024, numa carta que entregou a Biden na sua chegada ao Texas.
Fentanil domina cimeira EUA-México-Canadá
A visita de Biden ao muro aconteceu na véspera de o líder norte-americano fazer a sua primeira visita oficial ao México, para participar numa cimeira de líderes norte-americanos com o homólogo mexicano, Andres López Obrador, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.
Durante o encontro na Cidade do México, o Presidente norte-americano espera conseguir debater o fluxo gritante de fentanil que é traficado do país para os EUA, adiantou na sexta-feira o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby.
A par disso, Biden deverá também abordar temas como as trocas bilaterais e rotas de abastecimento, as alterações climáticas, a imigração e a questão dos cartéis da droga, diretamente ligada ao tráfico de fentanil.
Questionado sobre que passos específicos os EUA gostariam de ver o México dar para travar a produção e tráfico de fentanil, Kirby disse não querer adiantar-se à cimeira.
"Eles vão discutir muito esse assunto", garantiu o porta-voz dos conselheiros de Defesa de Biden.
A recente detenção do filho de "El Chapo", Ovidio Guzman, adiantou Kirby, "não foi uma conquista menor da parte das autoridades mexicanas" e "não é que [os EUA] não tenham tido quaisquer sucessos", adiantou, em referência à quantidade inédita de fentanil confiscada pelas autoridades norte-americanas em 2022.
"O problema é que [a droga] simplesmente continua a vir."