O Tribunal de Évora começa, esta sexta-feira, a julgar oito funcionários do lar da Santa Casa da Misericórdia (SCM) de Alandroal, a instituição e a provedora, acusados de maus-tratos contra uma utente que acabou por morrer.
Quatro ajudantes de lar, a diretora técnica, uma técnica de fisioterapia e um médico (todos funcionários da SCM de Alandroal), a própria Misericórdia e a provedora e uma enfermeira, que entretanto saiu da instituição, são os arguidos no processo.
Cada um está acusado pelo Ministério Público (MP) de um crime de maus-tratos agravado pelo resultado.
Segundo a acusação, o caso remonta a dezembro de 2014, quando foram detetadas "múltiplas úlceras de pressão" no corpo da utente, de 83 anos, após ser transferida do lar da SCM de Alandroal para um outro em Vendas Novas.
No lar em Vendas Novas, para onde tinha sido transferida após cerca de dois meses em regime de internamento no lar da SCM de Alandroal, a mulher foi medicada e algumas feridas acabaram por cicatrizar.
O MP refere que uma úlcera na zona da anca direita não cicatrizou e que, no dia 5 de fevereiro de 2015, a utente foi transportada para as urgências do hospital de Évora, com vómitos, febre e prostração, acabando por morrer às 01h00 do dia seguinte, devido a uma infeção generalizada.