Lionel Messi conseguiu no sábado o desígnio de uma vida, ao ganhar, finalmente, um título pela seleção principal de futebol da Argentina, ao 151.º jogo de ‘albi celeste’ ao peito, e depois de quatro finais perdidas.
No mítico Maracanã, depois de um triunfo na final face ao rival de sempre Brasil (1-0), o ‘capitão’ Messi levantou, aos 34 anos, a Copa América, que lhe escapara por entre os dedos em 2007, 2015 e 2016, bem como, pelo meio, o Mundial de 2014.
Com quatro golos e cinco assistências, liderou os argentinos, que, antes da final, empataram com o Chile (1-1) e venceram Uruguai (1-0), Paraguai (1-0) e Bolívia (4-1), na fase de grupos, Equador (3-0), nos quartos de final, e Colômbia (3-2 nos penáltis, após 1-1 nos 90 minutos), nas meias-finais.
Depois de perder uma final do Mundial (2014), com a Alemanha, e três da Copa América (2007, 2015 e 2016), a primeira face ao Brasil e as outras duas frente ao Chile, Messi, recordista de jogos (151) e golos (76) na seleção argentina, tornou-se, no Maracanã, provavelmente, no desempregado mais feliz do Mundo.
Em 2007, a dar os primeiros passos na formação ‘celeste’, com 20 anos, Messi chegou logo à final da Copa América, após trajeto espetacular da Argentina: 4-1 aos Estados Unidos, 4-2 à Colômbia, 1-0 ao Paraguai, 4-0 ao Peru e 3-0 ao México.
Messi, menino, já encantava, ficando na memória o espetacular ‘chapéu’ com que marcou aos mexicanos, nas meias-finais, e a Argentina partiu para a final como favorita, mas, no jogo de todas as decisões, o Brasil foi implacável, em Maracaibo, na Venezuela.
Júlio Baptista adiantou os ‘canarinhos’, com um ‘golaço’ logo aos quatro minutos, e um autogolo de Roberto Ayala, aos 40, dobrou a vantagem, com Dani Alves a selar o 3-0 final, aos 69.
Para voltar a nova final, o então jogador do FC Barcelona teve de esperar sete anos, com a Argentina a conseguir em 2014 o apuramento para a final do Mundial, disputado no Brasil.
Os ‘albi-celetes’ ganharam o Grupo F, com 2-1 à Bósnia-Herzegovina, 1-0 ao Irão e 3-2 à Nigéria, com Messi a marcar nos jogos todos, e, a eliminar, bateram Suíça (1-0, após prolongamento), Bélgica (1-0) e Países Baixos (4-2 nos penáltis, depois de 0-0 nos 120 minutos).
Na final, em 13 de julho de 2014, no Maracanã, os argentinos tiveram boas oportunidades para bater a Alemanha, mas Higuaín, de forma incrível, Messi e Palacio não aproveitaram e, aos 113 minutos, Mario Götze deu o título aos germânicos (1-0).
A Argentina voltou a uma final logo no ano seguinte, na Copa América, disputada no Chile, com um empate (2-2 com o Paraguai) e duas vitórias (1-0 ao Uruguai e Jamaica) na fase de grupos, um triunfo nos penáltis sobre a Colômbia nos ‘quartos’ (5-4, após 0-0) e um expressivo 6-1 aos paraguaios nas ‘meias’.
No jogo decisivo, face à seleção anfitriã, os 120 minutos acabaram como começaram, sem qualquer golo, num jogo muito fechado, e tudo se decidiu nos penáltis, nos quais o Chile acertou todos, enquanto na Argentina só Messi concretizou – 4-1.
Um ano depois, na Copa América do Centenário, nos Estados Unidos, a Argentina voltou à final, após bater Chile (2-1), Panamá (5-0) e Bolívia (3-0), na fase de grupos, Venezuela (4-1), nos ‘quartos’, e os anfitriões (4-0), nas ‘meias’.
Parecia que seria desta, mas, a final de 2016 acabou por ser uma ‘cópia’ da de 2015, com 120 minutos sem golos e um desempate por penáltis em que a ‘roja’ voltou a superiorizar-se (4-2), agora até com Messi a desperdiçar o seu pontapé.
Nas restantes fases finais em que participou, a Argentina foi afastada mais prematuramente, no Mundial de 2006, na sua primeira experiência, nos quartos de final, face à anfitriã Alemanha (2-4 nos penáltis) – não saiu do banco nesse encontro.
Quatro anos volvidos, já a grande ‘estrela’ da equipa liderada por Diego Armando Maradona, Messi voltou a cair perante a Alemanha, novamente nos ‘quartos’, mas agora com uma goleada por 4-0, nu embate em que Miroslav Klose ‘bisou’.
Na Copa América de 2011, em casa, o ‘carrasco’ foi o Uruguai, em mais um desempate por penáltis (4-5, após 1-1), nos ‘quartos’, e, no Mundial de 2018, a aventura ficou-se pelos ‘oitavos’, e por uma derrota por 4-3 face à França, de Kylian Mbappé.
Há dois anos, na anterior edição da principal prova de seleções da América do Sul, a Argentina caiu nas meias-finais, frente ao anfitrião Brasil, vencedor por 2-0.