​Igreja beatifica química e investigadora espanhola
20-05-2019 - 11:00
 • Ângela Roque

Cerimónia decorreu em Madrid. Papa sublinha exemplo de vida de Guadalupe Ortiz de Landázuri, que pôs as suas “qualidades humanas e espirituais ao serviço dos outros”, e deu testemunho de santidade nas “circunstâncias comuns” da vida.

Mais de 11 mil pessoas de 60 países participaram sábado, 18 de maio, na cerimónia de beatificação da espanhola Guadalupe Ortiz de Landázuri (1916-1975). Doutorada em química e investigadora, foi responsável, entre outras coisas, por levar a mensagem do Opus Dei para o México.

Na homília o representante do Papa, o Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Giovanni Angelo Becciu, falou da biografia da nova beata, considerando que foi "um presente para a Igreja" e uma "luz" para os cristãos.

“Guadalupe é apresentada aos nossos olhos como um modelo de uma mulher cristã que está sempre comprometida onde o desígnio de Deus a queria, especificamente na assistência social e na investigação científica”, disse o cardeal, lembrando que realizou "um intenso apostolado em vários lugares”, e que a sua característica espiritual era "transformar em oração tudo o que fazia”. Por isso “gostava de repetir que é necessário ‘andar com os pés no chão, mas com os olhos sempre voltados para o céu’”, recordou ainda o cardeal Becciu, para quem o seu exemplo mostra aos “cristãos de hoje que é possível harmonizar oração e ação, contemplação e trabalho”.

Numa mensagem enviada a D. Fernando Ocáriz, prelado do Opus Dei, a que a Renascença teve acesso, o Papa Francisco sublinha que Guadalupe Ortiz de Landázuri "pôs as suas muitas qualidades humanas e espirituais ao serviço dos outros, dando ajuda especial a outras mulheres e suas famílias carentes de educação e desenvolvimento". Francisco sublinha, ainda, que a nova beata "realizou tudo isto sem qualquer atitude proselitista, mas somente com a oração e o testemunho”.

A nova beata, escreve o Santo Padre, é por isso um testemunho "de santidade, vivido nas circunstâncias comuns da sua vida cristã", e o seu exemplo deve servir de impulso para aspirar sempre "a esta santidade da normalidade, que arde dentro do nosso coração com o fogo do amor de Cristo, e de que o mundo e a Igreja hoje tanto precisam".

A cerimónia de beatificação foi presidida pelo Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos e concelebrada pelo arcebispo de Madrid, Carlos Osoro, e pelo prelado do Opus Dei, num total de total de seis cardeais, nove arcebispos, dezassete bispos e cerca de 150 sacerdotes.