Nadadores salvadores vão ter opções à respiração boca a boca
21-05-2020 - 13:37
 • Eduardo Soares da Silva

ISN vai definir regras para nadadores salvadores durante pandemia de Covid-19, anuncia a diretora-geral da Saúde. Diploma para a época balnear será publicado em breve.

Veja também:


A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, anuncia que as regras para os nadadores salvadores serão definidas pelo Conselho Nacional de Reanimação do Instituto de Socorro a Náufragos (ISN).

"Vai ser publicado o diploma sobre a nova época balnear. Vão ser seguidas as recomendações do Conselho de Reanimação do Instituto de Socorro a Náufragos. Há normativos muito específicos, as normas vão ser dadas por um instituto muito especializado. O resto das normas sairão no diploma", afirma.

Na quarta-feira, o diretor do ISN, Velho Gouveia, em entrevista à Renascença, adiantou algumas dessas medidas e afirmou que os nadadores salvadores vão ter informação e equipamentos. As orientações estão a ser ultimadas e “advêm de tudo o que existe ao nível nacional e internacional para pessoas deste ramo”.

Em caso de necessidade de salvamento, “haverá um kit de oxigénio que vai ter de constar no equipamento dos concessionários ou do posto de socorro. Não havendo kit de oxigénio, há umas bombas manuais, que aliás já havia e que podem ser utilizadas em determinadas situações”, refere o comandante.
“Há duas alternativas e nunca poderia haver respiração boca-a-boca este ano, como é óbvio”, conclui. A fiscalização de quem poderá estar nas praias será feita pela Polícia Marítima e PSP.

Covid-19 mais agressiva no verão?

Graça Freitas afirma diz que "todo o mundo aguarda com grande ansiedade" para perceber como é que a Covid-19 vai reagir a temperaturas mais altas, no verão, dado que os outros coronavírus tornavam-se mais fracos na primavera e verão.

"Todo o mundo aguarda com grande ansiedade. Os outros coronavírus são sazonais porque têm atividade muito baixa na primavera e verão. Se este vírus tiver o mesmo comportamento, podemos ter uma redução de casos, mas não temos a certeza", afirma, em conferência de imprensa.

A incerteza em relação ao vírus significa que as medidas de contenção não devem ser aliviadas. A DGS prepara o pior cenário, que é a possibilidade do vírus ser ainda mais agressivo com temperaturas mais elevadas.

"Temos de continuar a vigiar e não podemos descurar no isolamento do casos, na monotorização e nas medidas de contenção. Temos de tomar medidas para o pior cenário, que é o vírus reagir mal à temperatura. Estamos todos à esperooa do verão. Mas sabemos que há casos em regiões quentes, como na Singapura, que é mesmo na linha do equador", afirma.

Graça Freitas explica ainda que os dados recolhidos pela DGS são muito mais do que aqueles que estão disponibilizados no boletim diário da Covid-19 e que serevem de suporte aos concelhos para tomarem decisões.

"Temos vários patamares de informação. A geral é a que apresentamos desde o primeiro dia e que consta no boletim, mas a DGS não trabalha sozinha. Trabalha com a academia e temos várias universidades a fazer diversos tipos de análise, que são feitos ao nível dos concelhos, para percebermos as dinâmicas conforme regiões. A lógica é vigiar e encontrar dados para passar aos decisores locais e agir", afirma.