As maternidades e os blocos de parto vão contar com 10 milhões de euros para obras de requalificação. O investimento foi anunciado pelo diretor executivo do Serviço Naiconal de Saúde (SNS), em entrevista à Renascença e à agência Lusa.
Fernando Araújo fala de uma “medida emblemática” no contexto de maternidades a funcionar em rotatividade face à falta de pessoal.
“É a primeira aposta específica em blocos de parto, em requalificação, desde há muitos anos”, sublinha o responsável.
Com o reforço do investimento, o diretor executivo do SNS espera “melhorar a qualidade” dos serviços, mas também “aumentar o número de salas de parto para responder com dignidade à procura”.
A linha de financiamento será atribuída mediante a apresentação de candidaturas dos hospitais que disponham de blocos de parto, num processo que Fernando Araújo promete que será “célere” .
“Esperava muito que, até ao final do mês de janeiro, início de fevereiro, tivéssemos já essas propostas para tomarmos decisões que serão muito céleres para as executarmos até ao final do ano.”
Noutro plano, adianta o responsável, serão atualizados os valores dos exames no âmbito da Procriação Medicamente Assistida (PMA) e de diagnóstico Pré Natal.
Em alguns dos casos, como as ecografias, o valor pago aos hospitais vai subir “entre os 200% e os 500%”, referiu Fernando Araujo. “Estamos a falar de atualizações extremamente significativas”, frisou.
Segundo o CEO do SNS, é uma aposta que tem como objetivo atrair profissionais de saúde.
“A capacidade de pagarmos melhor vai conseguir fixar médicos no SNS que podem fazer este tipo de exames em horário pós laboral. Isto vai permitir ter mais capacidade de resposta”, explica o antigo presidente do conselho de administração do Hospital de S. João.
A estratégia poderá “seguramente” vir a ser replicada noutras áreas dos SNS, admite Fernando Araujo.
“A ideia é muito nesse âmbito: a capacidade de pagar de forma diferenciada em áreas com maior necessidade e que os médicos possam constituir os Centros de Responsabilidade Integrados (CRI) em que são pagos pelo desempenho”.
Os despachos que contemplam a atualização do valor pago por exame e o reforço de 10 milhões de euros para as maternidades serão publicados dentro de dias e deverão entrar em vigor até ao final de janeiro.