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Um grupo de cientistas britânicos suspendeu, esta sexta-feira, um ensaio em larga escala que explorava o uso da hidroxicloroquina, medicamento para a malária, no tratamento da Covid-19, depois de resultados iniciais não darem qualquer indício de benefícios.
"Analisámos os dados e concluímos que não há qualquer prova de que a hidroxicloroquina tenha um efeito benéfico em pacientes hospitalizados com a Covid-19. Por isso, decidimos parar de alistar pacientes para os testes, com efeitos imediatos. A hidroxicloroquina não é um tratamento para a Covid-19. Não funciona", declarou o professor da Universidade de Oxford Martin Landry, que co-liderava o ensaio, de nome "RECOVERY".
Landry acredita que "este resultado deverá mudar a prática da medicina em todo o mundo". "Já podemos deixar de usar um medicamento que é inútil", afirmou o cientista e professor de Medicina e Epidemiologia.
Durante a pandemia, "tem havido enorme especulação e incerteza em relação ao papel da hidroxicloroquina como tratamento da Covid-19", por não haver "informação fiável de ensaios randomizados de larga escala".
Até agora, garante Landry, que deixa um conselho a todos os doentes de Covid-19: "Se for internado num hospital, não tome hidroxicloroquina."
Em Portugal, na quinta-feira, a diretora-geral da Saúde sublinhou que o organismo que lidera e o Infarmed ainda não recomendam o uso de hidroxicloroquina, no combate ao novo coronavírus, mas que estão a acompanhar os estudos internacionais realizados sobre o tema.
“Por enquanto vamos ser cautelosos e não vamos recomendar a utilização. Vamos continuar a aderir aos ensaios, já estávamos incluídos neles, mas vamos manter uma posição de precaução em relação à sua utilização”, afirmou Graça Freitas, em conferência de imprensa.