Portugal está a perder área de cultivo perante o impacto das alterações climáticas. Quem o afirma é o diretor-geral da Associação de Jovens Agricultores de Portugal.
Firmino Cordeiro explica que o país é “uma vítima muito delicada” do fenómeno.
“A seca veio para ficar e para nós, Portugal, é uma consequência muito delicada”, diz Firmino Cordeiro, acrescentando que “temos que fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para tornar uma boa parte do território ainda viável em termos agrícolas”.
Além das dificuldades ambientais, para os jovens agricultores, outro problema são as questões financeiras que muitas vezes acabam por afastá-los do setor.
“Quando aparece um concurso para jovens agricultores, os jovens candidatam-se”, assegura, explicando que o problema é que as notas de avaliação são cada vez mais altas, deixando de fora parte dos interessados.
Apesar das dificuldades, Firmino Cordeiro acredita em práticas agrícolas cada vez mais sustentáveis, com a ajuda de novas tecnologias e conhecimentos que possam assim garantir o futuro do setor.
“Nós temos já grandes agricultores, por exemplo, o João Coimbra que é uma pessoa muito conhecida que está a fazer cereais segunda essas tecnologias todas da agricultura de precisão. Cada vez há mais gente a trabalhar nesta área, há cadeiras nos cursos universitários específicos de agricultura de precisão”, diz explicando depois que “a agricultura de precisão não é para aplicar mais produto”, mas sim “para aplicar o mínimo de produtos e obter-se o máximo de produção possível”.
O futuro da agricultura e as alterações climáticas é o tema desta semana do podcast Compromisso Verde, uma parceria da Renascença e EuranetPlus.