O presidente da Comissão Executiva da TAP, Ramiro Sequeira, disse esta terça-feira que as medidas voluntárias para redução de postos de trabalho estão a ter uma adesão “positiva” e a companhia espera que o processo esteja concluído em 14 de março.
“A adesão [às medidas voluntárias] tem sido positiva e esperamos que esteja concluído o processo em 14 de março”, referiu Ramiro Sequeiro, que está a ser ouvido na Assembleia da República, na comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, por requerimento do PSD e da Iniciativa Liberal.
Segundo o responsável, estas medidas, que admitiu serem “duras”, “vão permitir uma poupança de 1,4 mil milhões de euros até 2025”.
O responsável sublinhou também que, com os acordos alcançados com as estruturas representativas dos trabalhadores da TAP, reduziu-se de 3.000 para 800 o excesso de postos de trabalho.
“A viabilidade da TAP existe”, garantiu Ramiro Sequeira, referindo que o plano de reestruturação da TAP é “realista”, “sustentável” e “viável do ponto de vista dos custos, das poupanças e da receita”.
“[Isto] esté a acontecer porque existe uma pandemia que afetou a TAP e todas as companhias do mundo - todas sem exceção – e, nesse prisma, decidimos fazer um plano que não fosse otimista por si mesmo”, acrescentou.
Após cinco anos de gestão privada, em 2020 a TAP voltou ao controlo do Estado, que passou a deter 72,5% do seu capital, depois de a companhia ter sido severamente afetada pela pandemia de covid-19 e de a Comissão Europeia ter autorizado um auxílio estatal de até 1.200 milhões de euros à transportadora aérea de bandeira portuguesa.
Em 2 de julho, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, anunciou, em conjunto com o ministro das Finanças, João Leão, que o Governo tinha chegado a um acordo com os acionistas privados da TAP, passando o Estado a deter 72,5% do capital da companhia aérea (antes tinha 50%), por 55 milhões de euros, saindo David Neeleman da estrutura acionista.
O plano foi entregue à Comissão Europeia no último dia do prazo, em 10 de dezembro, e prevê o despedimento de 500 pilotos, 750 tripulantes de cabine, 450 trabalhadores da manutenção e engenharia e 250 das restantes áreas.
O plano prevê, ainda, a redução de 25% da massa salarial do grupo (30% no caso dos órgãos sociais) e do número de aviões que compõem a frota da companhia, de 108 para 88 aviões comerciais.
No total, até 2024, a companhia deverá receber entre 3.414 milhões de euros e 3.725 milhões de euros.