​Sanções de Bruxelas ameaçam rating, banca e economia portuguesa
10-06-2016 - 09:44

O Governo tenta, a todo o custo, evitar sanções por parte de Bruxelas por causa das contas nacionais mas, pelo sim, pelo não, vai-se preparando para o pior cenário. Lá por fora, contagem decrescente para o referendo ao “Brexit” a dominar atenções.

No “Expresso”, destaque de primeira página para a economia portuguesa, sob o título: “Sanções ameaçam rating, banca e economia”. O Governo dramatiza e confessa os efeitos que eventuais sanções impostas por Bruxelas podem vir a ter. Um documento interno a que o semanário teve acesso, “afina o discurso dos ministros” para que não ande cada um a dizer a sua coisa. Para além disso, é certo que existe mesmo um “plano B que será activado caso seja necessário”. Lá dentro, na página 3, pode ler-se “Governo lança operação anti-sanções”. O Governo sabe que eventuais sanções “criariam incerteza e prejudicariam a confiança dos mercados, pondo em risco a consolidação orçamental e levando a uma baixa do rating”.

Ainda no “Expresso”, “Portugal ignora montra de investimento estrangeiro”. Há um serviço criado pela União Europeia para atrair os maiores investidores do mundo, mas só tem uma candidatura nacional. Por comparação, por exemplo, a Grécia apresentou 37 projectos, 22 deles públicos, no valor de 21 mil milhões de euros.

No “Público”, “Condenação das sanções por défice excessivo aprovada no Parlamento”, mas falharam as negociações para um texto único a condenar as eventuais sanções de Bruxelas. Houve, assim, dois votos a condenar a eventual aplicação de sanções a Portugal pela Comissão Europeia, aprovados na Assembleia da República, com votações diferentes. O PS ficou ao lado do texto do PSD e CDS, que incluía a referência aos “esforços e resultados” da consolidação das contas, mas a frase não terá sido aceite pelo PCP. Era a única diferença entre os dois votos apresentados pela esquerda e pela direita.

Ainda no “Público”, Mario Draghi “pede reformas estruturais” aos diferentes Governos da zona euro e defende que atrasar essas medidas terá um custo “demasiado elevado”. Draghi exemplificou com Portugal, considerando que “as reformas no mercado de trabalho, introduzidas durante o programa de ajustamento, reduziram a taxa de desemprego em cerca de três pontos percentuais no período 2011-2014”.

Continuamos com o jornal “Público” que destaca o facto de o Governo ter pedido autorização à Comissão Europeia para a rotulagem de produtos lácteos. Uma ideia que terá tido “bom acolhimento” junto das instituições europeias. Também a linha de crédito criada para ajudar este sector deverá entrar em execução "dentro de poucos dias", aguardando apenas o "aval formal" da Comissão Europeia. O ministro participou na Conferência Internacional “Os Grandes Desafios para a Inovação na Agricultura”, juntamente com o comissário europeu da Agricultura, Phil Hogan.

Ainda no “Público”, atenções focadas no referendo ao “Brexit”. Ontem, Tony Blair e John Major, dois ex-Primeiros-ministros britânicos, avisaram que saída da União Europeia irá desestabilizar a Irlanda do Norte. “É a unidade do Reino Unido que está também em jogo no referendo de dia 23”, dizem os dois ex-governantes. A duas semanas da votação, nenhum resultado está garantido. E, depois de várias sondagens desencorajadoras, a campanha pela permanência joga agora a cartada da unidade nacional. O tema é também falado no “Belfast Telegraph”. De resto, no “deve e haver”, entre o “partir ou ficar”, o “Independent” faz contas muito concretas para explicar “Que efeito terá realmente a saída do Reino Unido da união Europeia no Serviço Nacional de Saúde?”, que tem sido uma das grandes preocupações dos britânicos.

No “Guardian”, uma espécie de “cartilha” com tudo o que é preciso saber para se votar em consciência no referendo. O título não engana: “O que é a União Europeia?” Para que serve e como funciona uma instituição que tantas reticências provoca nos britânicos.

No “New York Times”, um interessante artigo sobre “Como é que o referendo à saída do Reino unido de aos tablóides a hipótese de reavivar sentimentos anti-europeus nos britânicos”.