Os médicos terminam esta quarta-feira uma greve de dois dias que dizem ter tido 95% de adesão na terça-feira, embora garantido que a paralisação não afeta a assistência aos peregrinos da Jornada Mundial da Juventude.
No primeiro dia da greve, na terça-feira, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que convocou a paralisação, disse que adesão rondou os 95% e, nalguns casos, chegou aos 100%, como no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra.
Em declarações à Lusa, a presidente da organização sindical disse que houve blocos operatórios encerrados de Norte e Sul do país.
Em causa está a proposta que o Governo apresentou na última semana aos sindicatos, no âmbito das negociações que se iniciaram ainda em 2022, e que a FNAM considera “totalmente inaceitável”.
A FNAM rejeita a manutenção das 40 horas de trabalho semanais e o acréscimo do limite de horas extraordinárias das atuais 150 para 300 por ano, o aumento “irrisório do salário base entre 0,4% e 1,6%”, a manutenção das 18 horas de urgência e as regras previstas para o novo regime de dedicação plena.
Durante a tarde de terça-feira, uma concentração juntou mais de uma centena de médicos frente ao Ministério da Saúde, para entregar à tutela uma contraproposta em que reivindicam aumentos que compensem a perda de poder de compra, um horário semanal de 35 horas, a reposição das 12 horas em serviço de urgência e do regime majorado da dedicação exclusiva e a integração dos internos no primeiro grau da carreia.