Pedro Filipe Soares, deputado e atual líder parlamentar do Bloco de Esquerda, não se vai candidatar à liderança do partido na próxima Convenção em maio.
Questionado pela Renascença sobre se vai candidatar-se para ser o próximo coordenador do partido, o líder da bancada bloquista respondeu de forma lacónica: “Não”.
Esta terça-feira, Catarina Martins anunciou que não vai continuar como coordenadora do Bloco de Esquerda, e abandona o cargo quase dez anos depois.
Pelo meio, aproximou o Bloco de Esquerda do Governo, ao ter escolhido ser parte da Geringonça e dar apoio parlamentar ao Partido Socialista. As relações azedaram desde 2019 e a corda partiu nos últimos anos (2021 e 2022), quando o partido votou contra o Orçamento do Estado.
Em 2021, o PCP viabilizou o documento, mas em 2022 juntou-se ao BE e votou contra o OE. A aritmética parlamentar chumbou o Orçamento e precipitou o país para eleições antecipadas, que culminaram com a obtenção de maioria absoluta por parte do PS.
Em simultâneo, as legislativas de 2022 penalizaram especialmente os antigos parceiros de Geringonça. O Bloco de Esquerda tinha 19 deputados e ficou reduzido a cinco.
A Plataforma Convergência-oposição interna do partido - já criticava as opções da direção de Catarina Martins, pela excessiva colagem ao Governo entre 2015 e 2019, mas as críticas subiram de tom depois da hecatombe eleitoral.
Na convenção de maio é provável que a Plataforma Convergência apresente um candidato para enfrentar o candidato que a atual direção bloquista deve lançar.
Do lado da oposição, Pedro Soares, antigo deputado, é uma das possibilidades. Do lado da direção, Pedro Filipe Soares não estará na corrida.