Em Portugal, o conflito no Leste da Europa abriu uma nova polémica. Segundo o jornal Expresso, pelo menos 160 refugiados ucranianos terão sido recebidos pelo antigo presidente da Casa da Rússia e pela mulher, funcionária do município de Setúbal.
Os dois terão questionado os refugiados sobre os familiares que ficaram na Ucrânia, mas a Câmara Municipal de Setúbal garante que “nunca foi feita tal pergunta".
A Câmara de Setúbal vai pedir uma investigação ao caso. A autarquia anunciou que vai “solicitar ao Ministério da Administração Interna que adote, de imediato, os necessários procedimentos no sentido de averiguar a veracidade das suspeitas”.
A autarquia “manifesta total disponibilidade para prestar toda a informação necessária".
Entretanto, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, depois da passagem pela Ucrânia disse ter ficado comovido "com a resiliência e bravura do povo". "A minha mensagem para eles é simples: não vamos desistir".
As Nações Unidas vão "redobrar os seus esforços para salvar vidas e reduzir o sofrimento humano".
"Nesta guerra, como em todas as guerras, os civis sempre pagam o preço mais alto", lamenta António Guterres.
A publicação do secretário-geral das Nações Unidas é acompanhada de várias fotografias da visita à Ucrânia, em que Guterres testemunhou o sofrimento e destruição causados pela guerra iniciada a 24 de fevereiro.
António Guterres, não viu os ataques russos de quinta-feira a Kiev como um desrespeito por ele ou pela ONU, mas sim pelo povo ucraniano, disse hoje o seu porta-voz.
A jornalista Vira Hyrych foi morta quando um míssil russo atingiu o seu apartamento em Kiev. O bombardeamento aconteceu, na quinta-feira, durante a visita do secretário-geral da ONU, António Guterres, à capital da Ucrânia.
O corpo de Vira Hyrych, de 55 anos, foi encontrado sob os destroços, na manhã desta sexta-feira.
De manhã, o governo ucraniano disse a operação de retirada de civis que se encontram nos subterrâneos da fábrica Azovstal, cercada pelas tropas russas na cidade portuária de Mariupol, está programada para esta sexta-feira.
"Uma operação destinada à saída de civis da fábrica pode decorrer hoje", disse a presidência da Ucrânia, através de um comunicado.
Centenas de civis ucranianos, entre os quais crianças encontram-se no interior da fábrica de aço Azvstal na cidade de Mariupol cercada pelas tropas da Rússia.
Mais tarde, o presidente da câmara da cidade ucraniana sitiada de Mariupol, Vadym Boichenko, avisou que as pessoas que estão retidas na fábrica siderúrgica Avozstal estão a ficar sem comida e água e não conseguirão resistir por muito mais tempo.
Boichenko descreveu a situação no complexo fabril siderúrgico - que é o último reduto da resistência ucraniana em Mariupol e onde se encontram muitos civis - como "um inferno".
Esta instalação da época soviética tem uma vasta rede subterrânea de 'bunkers' capazes de resistir a ataques aéreos, mas a situação está a tornar-se cada vez mais difícil após as forças russas terem lançado uma série de ataques com bombas e munições não guiadas.