A ministra da Saúde, Marta Temido, disse esta terça-feira que o facto de o foco da infeção por VIH estar a passar de um determinado grupo populacional para outro vai obrigar o Governo a adaptar as respostas ao problema.
O facto de “o foco [da doença] estar a passar de uma determinada população para outra tipologia populacional leva-nos a adaptar as respostas e a focar a atenção naquilo que está a ser a evolução e transmissão da doença [VIH] para outros grupos populacionais”, referiu a governante à margem de uma visita ao Centro de Reabilitação do Norte, em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.
Mais de mil novos casos de infeção por VIH surgiram em Portugal no ano passado, sendo que a taxa mais elevada de novos diagnósticos foi registada no grupo etário dos 25 aos 29 anos.
Marta Temidos adiantou que a Direção-Geral da Saúde está a trabalhar “em permanência” nesta questão, frisando que o aumento de casos é um “sinal negativo” que é necessário inverter.
“À medida que a própria evolução da terapêutica da doença foi acontecendo levou a que algumas preocupações com a mesma pudessem abrandar e, portanto, pudemos também imaginar que nalgumas camadas populacionais esse menor cuidado pudesse acontecer, levando a um retardamento da sua identificação”, vincou.
Apesar do “sinal negativo” que é aparecimento de novos casos de infeção por VIH, a ministra salientou as “boas notícias”, nomeadamente a redução da doença em consumidores de injetáveis.
“Esta é uma boa notícia. E demonstra que quando acertamos o foco em determinada situação alcançamos resultados positivos, contudo, temos de estar atentos a sinais menos positivos”, ressalvou.