O realizador norte-americano Steven Spielberg, condecorado com um prémio de carreira no festival de cinema de Berlim, manifestou o desejo de ultrapassar o recorde do português Manoel de Oliveira como o realizador mais velho em atividade.
“Para ser sincero, gostava de bater o recorde de Manoel de Oliveira e realizar o meu último filme quando tiver 106 anos”, dizendo ao público tem um grande aliado na genética – o seu pai que “viveu até aos 103 e meio”.
“Teoricamente, tenho os genes e talvez tenha a sorte, mas apenas Einstein sabe de certeza”, brincou o realizador.
Com humor, o lendário realizador norte-americano, disse ainda que se sentia “um pouco alarmado ao dizerem-me que vivi uma vida inteira porque ainda não acabei, quero continuar a trabalhar”.
“Quero continuar a aprender e descobrir e assustar-me e, às vezes, até a vocês. Tenho de voltar a alguns desses filmes iniciais mais assustadores, mas isso é outra história para mais tarde. Enquanto houver alegria nisso para mim, e enquanto o meu público puder encontrar alegria e outros valores humanos nos meus filmes, tenho relutância em dizer que acabou”, disse.
Depois de mais um filme nomeado para os Óscares e de uma carreira repleta de sucessos e 'blockbusters', o realizador norte-americano foi condecorado na quinta-feira com o importante Urso de Ouro de prémio carreira no festival de cinema de Berlim.
No seu discurso, revelou que ainda carrega as mesmas angústias que tinha no início da carreira, mas que é sua zona de conforto.
“Para a minha sorte, o impulso elétrico de alegria que senti no meu primeiro dia como diretor é imperecível como os meus temores, porque não tem um lugar que mais se pareça com a minha casa como quando estou trabalhando em produções”, destacou.
Spielberg conta com três Óscares de melhor realizador, dois BAFTAs, nove Globos de Ouro, 12 Emmys, uma Palma de Ouro de Cannes, um César honorário, um Urso de Ouro honorário, entre centenas de outras nomeações e prémios.