Veja também:
- Os últimos números da pandemia em Portugal e no mundo
- Todas as notícias sobre a pandemia de Covid-19
- Guias e explicadores: as suas dúvidas esclarecidas
- Boletins Covid-19: gráficos, balanços e outros números
Os comerciantes galegos de Feces de Abaixo exigiram esta sexta-feira a reabertura da fronteira com Chaves, encerrada devido à pandemia de Covid-19, alertando para os riscos do encerramento de muitos comércios pela ausência de clientes portugueses.
"Somos proprietários de pequenos estabelecimentos na fronteira e estamos sujeitos à ruína total. Isto já é demasiado e além de um problema sanitário é também um problema económico", referiu Purificacion Regueiro, proprietária de um supermercado na fronteira.
Esta comerciante foi uma das cerca de 60 que, ao final da tarde desta sexta-feira, se manifestaram junto à fronteira, que voltou a encerrar devido à pandemia de Covid-19 em 31 de janeiro, exigindo a sua reabertura.
Feces de Abaixo, em Verín, na Galiza, faz fronteira com Vila Verde da Raia, em Chaves, no distrito de Vila Real. Chaves e Verín, localidades separadas por 28 quilómetros, formam mesmo desde 2008 uma Eurocidade, um projeto de cooperação transfronteiriço que envolve a partilha de um cartão de cidadão que dá acesso a piscinas, bibliotecas, eventos, formações ou concursos, bem uma agenda cultural e mais recentemente transportes.
Puri Regueiro lembra que os negócios daquela localidade raiana dependem do cliente português e que "desde sempre" houve cooperação entre as duas localidades.
E explicou ainda que as vendas desceram cerca de 90% desde o encerramento da fronteira, assinalando que após os 104 dias do primeiro confinamento, agora o tempo de espera já se aproxima dos três meses.
Além de empresários da Feces de Abaixo, também comerciantes de Verín se juntaram à manifestação que pediu a reabertura da fronteira e Puri Regueiro manifestou ainda a vontade de que comerciantes de Chaves se juntem às concentrações junto à fronteira que vão continuar a acontecer.
Isidro Garcia era um dos manifestantes que segurava a tarja escrita em galego: "Apertura da Fronteira Xá".
O empresário galego frisou que esta foi uma "manifestação pacífica para alertar as autoridades competentes".
"As duas zonas vivem juntas e não podem estar fechadas. Não percebemos como a União Europeia permite isto", apontou.
O comerciante defendeu ainda que os cidadãos da Eurocidade devem poder circular sem restrições, vigiando a pandemia e pensando na economia.
A manifestação em Feces de Abaixo, que foi a segunda esta semana, pode estender-se a outras localidades raianas ao longo de Portugal e Espanha, explicou o proprietário de uma gasolineira junto à fronteira, Angel Alonso.
"Estamos em contacto com outras fronteiras e a pensar num dia geral para cortar a fronteira entre Portugal e Espanha", assinalou.
Para Alonso, estão em causa "muitos postos de trabalho e demasiados negócios" para a fronteira continuar fechada.
Em comunicado divulgado hoje, o Ministério da Administração Interna (MAI) avançou que o controlo de pessoas nas fronteiras terrestres e fluviais entre Portugal e Espanha vai prolongar-se por mais 15 dias, mantendo-se em todos os Pontos de Passagem Autorizados (PPA) os horários e as regras estabelecidas.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.987.891 mortos no mundo, resultantes de mais de 139 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.937 pessoas dos 829.911 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.