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Num esclarecimento enviado às redações este sábado, o Ministério Trabalho, Solidariedade e Segurança Social garante, a propósito da entrevista dada pela ministra Ana Mendes Godinho ao semanário Expresso, que não relativizou os surtos ocorridos em diversos lares. O Ministério acusa mesmo o Expresso de ter “descontextualizado de forma grave” a resposta de Ana Mendes Godinho à pergunta sobre se “o pior ainda não passou no caso dos lares”.
A resposta dada foi a seguinte: "Tivemos 365 surtos [em abril] e temos 69 agora. Claramente, temos menos incidência. Temos 3% do total dos lares e temos 0,5% das pessoas internadas em lares que estão afetadas pela doença. A dimensão não é demasiado grande em termos de proporção. Mas, claro, que isto não significa que não devamos estar preocupados e mobilizados para reforçar a guarda”, explica o Ministério, acrescentando que “retirar uma parte essencial da frase, descontextualizando-a, e dando assim a entender que o Governo não considera graves os números de mortes em lares em Portugal, é um ato grave”.
No mesmo comunicado deste sábado, e já depois de a direita, do CDS ao PSD, terem pedido a demissão e audição parlamentar urgente, respetivamente, de Ana Mendes Godinho, o Ministério da Segurança Social assegura que, desde o início da pandemia de Covid-19, “tem estado a acompanhar a situação nos lares e tem desenvolvido mecanismos permitam antecipar surtos”.
Segundo o Ministério, “as medidas adotadas ascendem já a 200 milhões de euros”, dinheiro investido, por exemplo, “na reorganização das estruturas residenciais” ou na contratação de recursos humanos – que já permitiu a colocação “de praticamente seis mil pessoas em respostas sociais, na sua maioria em lares”.
“Outro das dimensões da estratégia é a disponibilização de material que permita a contenção da propagação do vírus, nomeadamente equipamentos de proteção individual, tendo já sido distribuídos mais de 1,3 milhões. Foram ainda lançados vários mecanismos financeiros de apoio para a aquisição de equipamentos de higienização”, acrescenta o Ministério tutelado por Ana Mendes Godinho.
“Finalmente, foi colocado em prática um plano de testes preventivos de despistagem de SARS-CoV-2 a todos os funcionários dos lares e estruturas residenciais em todo o país, em parceria com mais de 20 Instituições do Ensino Superior e Centros de Investigação. Esta estratégia tem permitido registar em Portugal níveis de incidência de covid-19 nos lares de idosos abaixo do registado em outros países”, conclui o comunicado, prometendo, para o próximo outono, “a criação de uma linha telefónica 100% dedicada a lares”.