A campanha de vacinação contra a covid-19 e a gripe sazonal arranca na próxima quarta-feira, 7 de setembro, anuncia diretora-geral da Saúde, Graça Freitas. A campanha vai prolongar-se por 100 dias, até 17 de dezembro, e deve abranger três milhões de pessoas.
A vacinação vai ser feita de forma escalonada, começando pelos maiores de 80 anos. Os grupos de risco para ser vacinados incluem também profissionais de saúde, profissionais dos lares e da rede das unidades de cuidados continuados, bem como grávidas ou crianças com mais de 12 anos com determinadas patologias.
Tal como no ano passado, a vacinação para a covid e gripe pode ser feita em simultâneo, exceto para os menores de 65 anos, dado que para estes não está prevista a vacinação contra a gripe.
Graça Freitas explicou que a vacinação contra a gripe este ano terá "algumas pequenas diferenças", passando a incluir "pessoas com 65 ou mais anos de idade, utentes de lares de idosos e da rede nacional de cuidados continuados. Para as patologias, a vacina da gripe permite a vacinação de pessoas com seis ou mais meses de idade, as grávidas sem limite de idade e profissionais de saúde", referiu.
No total, existirão 397 pontos de vacinação. O método de convocatória será decidido localmente, sendo que o coordenador da task force para a vacinação, o coronel Penha Gonçalves, explicou que nas áreas de menor densidade populacional há uma tendência para o agendamento local através de contacto telefónico e nas áreas de maior densidade é mais usada a convocatória por sms.
Em resposta à Renascença, o coronel explicou que primeiro serão chamados os maiores de 80, depois os maiores de 70 e, por fim, os maiores de 60. Ao contrário de outras fases de vacinação, não há datas estipuladas para cada faixa etária. "Quando se esgota o agendamento de uma determinada faixa etária, segue-se para a outra", explicou, acrescentando que quando 80% de uma faixa etária estiver vacinada, será aberta a modalidade de casa aberta para essa parte da população.
600 mil vacinas na primeira semana de setembro
Nesta campanha de vacinação serão utilizadas as duas vacinas adaptadas à variante Omicron que ontem foram aprovadas pela Agência Europeia para o Medicamento (EMA), uma produzida pela Pfizer, outra pela Moderna. De acordo com o presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo, na próxima semana devem chegar 500 mil doses de uma das vacinas e 100 mil doses da outra.
Os utentes não terão possibilidade de escolha sobre que vacina vão receber dado que são ambas "igualmente protetoras, vão ser usadas indiferenciadamente, não há escolha de vacinas", esclareceu o coronel Penha Gonçalves.
Estas vacinas adaptadas serão usadas não só na campanha de vacinação sazonal, mas também na administração de qualquer dose de reforço. No entanto, quem ainda for fazer a vacinação primária receberá as vacinas originais.
O plano prevê que as novas vacinas comecem a chegar a Portugal no dia 6 de setembro, sendo que a vacinação começa no dia seguinte em "locais limitados", generalizando-se a partir de dia 8.
Em relação à vacina da gripe, Graça Freitas explicou que será utilizada pela primeira vez uma vacina de dose elevada, com uma composição antigénica quatro vezes superior à fórmula padrão, o que lhe confere uma eficácia superior.
Questionada sobre se a vacinação sazonal contra a covid que será feita entre setembro e dezembro será suficiente até ao inverno de 2023, Graça Freitas disse que é essa a expectativa, sublinhando, no entanto, não se sabe "qual é o comportamento do vírus nos próximos meses" e, como tal, não se pode "garantir que assim seja”.
A diretora-Geral da Saúde renovou por várias vezes o apelo à vacinação de todos, sobretudo dos mais vulneráveis, mas também das crianças.