Com o passar dos dias, a preocupação dos pais tende a aumentar. Quase um mês depois do início das aulas, há muitos alunos sem os livros escolares todos.
O presidente da Confederação Independente de Pais e Educadores (CNIPE) está preocupado e pede às editoras que reponham rapidamente os livros em falta.
“As editoras, segundo dizem os livreiros, estão com graves problemas na distribuição de manuais escolares. Para a CNIPE isto é uma preocupação. Não nos interessa encontrar culpados. O que nós gostaríamos, é que quase um mês de aulas já decorrido, é que este problema seja resolvido o mais rápido possível”, afirma Rui Martins.
O presidente da CNIPE admite que a distribuição dos vouchers para os manuais gratuitos também começou cerca de um mês mais tarde. Este ano foi só em agosto, ainda assim insiste que as editoras teriam de ter sido mais rápidas.
“Se as editoras dizem que só em agosto é que souberam que livros imprimir, a CNIPE acha estranho, porque toda a gente sabe o número de alunos que existe nas escolas, sabiam quantos manuais já tinham sido produzidos. Quanto a nós, esta é uma desculpa estranha”, argumenta.
Do lado das editoras, o vice-presidente da APEL, Pedro Sobral garante que a maioria dos manuais já estão com os alunos, numa operação que este ano começou mais tarde.
“Obviamente que começando essa operação mais tarde, isso pode ter alguma influência, mas o mais importante é referir que são casos pontuais, casos minoritários, a esmagadora maioria dos manuais estão entregues”, diz Pedro Sobral.
O responsável insiste que o problema é residual e explica que só este ano letivo as editoras tinham mais de cinco milhões de manuais escolares para distribuir.
“Estamos a falar de mais de cinco milhões de livros, portanto é normal que numa operação desta dimensão haja um ou outro caso que possa falhar”, justifica, acrescentando que compreendem a preocupação dos pais.
“Estaremos a falar de 1% do global da operação, estaremos a falar de 1% desses casos, que de facto, falham”, realça.
A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros admite que possam estar em falta cerca de 50 mil manuais escolares. Um problema que considera residual, mas que não tranquiliza os pais que pedem resolução rápida do problema.