"A ideia de combater o crime armando os cidadãos é uma completa idiotia"
30-10-2018 - 12:02

A primeira medida anunciada pelo Presidente eleito do Brasil e a saída de cena de Angela Merkel são o mote do debate desta terça-feira.

“A ideia de combater o crime com mais armas e armando os cidadãos é uma completa idiotia. Não há nenhum estudo empírico que demonstre que isso resulta a não ser uma análise mais larvar e instintiva num inquérito de rua. Mas não passa em qualquer teste de bom senso nem qualquer teste científico”, diz João Taborda da Gama.

Na sua primeira entrevista, Jair Bolsonaro defendeu a liberalização das armas e disse que quer que a medida entre em vigor ainda este ano – ou seja, antes de tomar posse.

Na opinião de Francisco Assis, esta e outras medidas do novo Presidente brasileiro vão, “passado muito pouco tempo, suscitar uma tal resistência na sociedade brasileira, que vai ser uma fonte de conflitos sociais e políticos permanentes no Brasil nos próximos anos”.

No caso das armas, “há uma certa demissão do papel do Estado e uma transferência para os próprios cidadãos. Isto vai gerar uma situação de completo caos no Brasil”, acrescenta o eurodeputado socialista.

João Taborda da Gama acrescenta que Bolsonaro deveria olhar para o exemplo da Colômbia e defende que, em vez de querer colocar os menores criminosos na cadeia, deveria “discutir a educação dessas crianças”.

No que toca à saída de Angela Merkel da liderança da CDU e, em 2021, da cena política, Francisco Assis considera que poderá abrir um flanco à direita e “espaço para alguma interrogação sobre o futuro do comportamento” do partido.

O eurodeputado destaca, contudo, o papel que a líder alemã teve “nos últimos 10/12 anos” – foi “uma peça muito importante no processo europeu e a sua saída a prazo é uma perda”.

“Ela foi um fator de equilíbrio na vida política europeia nos últimos anos” e “um exemplo de sabedoria e sensatez”, acrescenta, ressalvando que não partilha “integralmente do ponto de vista das suas orientações políticas”. nos últimos 10/12 anos, uma peça muito importante no processo europeu e que a sua saída a prazo é uma perda e abre esse espaço para alguma interrogação sobre qual será o futuro do comportamento da