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Num comentário ao discurso do Papa Francisco, Paulo Rangel diz à Renascença que, quando fala que o mundo navega num momento tempestuoso e que sente falta de rotas corajosas de paz, está a dizer que é preciso promover a paz na Ucrânia.
“Não acho que o Papa esteja aqui a querer ter uma espécie de postura entre a Rússia e a Ucrânia. Isso parece-me um erro muito, muito grave. Aquilo que lhe compete a ele fazer e dizer é: temos que promover a paz. O que o Papa não quer é que as pessoas desistam de procurar a paz”, refere Paulo Rangel em declarações à Renascença.
O eurodeputado e vice-presidente do PSD fixou outras mensagens que o Papa deixou neste discurso no Centro Cultural de Belém (CCB) que estão incluídas também na agenda da União Europeia, como as alterações climáticas e o acolhimento.
Paulo Rangel sublinha ainda um outro momento que considera mais “ternurento”: quando o Papa citou poetas e escritores portugueses. Diz o eurodeputado que tal facto deve ter tido a mão do cardeal Tolentino de Mendonça.
“O que vou dizer não é politicamente correto, mas nota-se aqui o dedo do Cardeal Tolentino de Mendonça", explica. "A referência ao poeta Daniel Faria, de quem ele é um grande admirador e que não é um poeta muito conhecido do público em geral... Claramente denuncia que houve ali uma sugestão amiga. Foi buscar a Amália, foi buscar Camões, foi buscar Fernando Pessoa, José Saramago... Eu tenho pena que não tenha referido o Padre António Vieira e que é, juntamente do meu ponto de vista, com Camões e com Pessoa, um dos três maiores da língua portuguesa”, refere Paulo Rangel em reação ao discurso do Papa Francisco.
Quanto à citação de Saramago, tal não o surpreendeu. “É normal e a citação que é feita é cheia de significado. Muitas vezes precisamos de andar muito e buscar muito para chegar àquilo que está mais perto. O Papa quer deixar a ideia de que é preciso abrir pontes para todos”, assume Paulo Rangel.