O Novo Banco rejeita que tenha causado “prejuízos diretos” ao Fundo de Resolução com a venda de 13 mil imóveis, como noticiado pelo jornal “Público” nesta terça-feira de manhã.
“Esta operação não teve qualquer custo direto para o Fundo de Resolução, porque a generalidade dos imóveis não está coberta pelo mecanismo de proteção de capital”, garante a instituição em comunicado enviado às redações.
O NB sublinha ainda que, “para a totalidade dos imóveis protegidos até dezembro de 2019, o banco tinha obtido para o Fundo de Resolução uma mais-valia de 10 milhões de euros que reduzia às perdas noutros créditos".
Na mesma nota, o banco garante ainda que foram vendidos muito menos do que os que são referidos pelo jornal e concretiza: “o banco vendeu 5.355 imóveis que são compostos por 8.486 frações e não os 13 mil imóveis que hoje, erradamente, é referido nos media".
A venda terá ocorrido em 2018, no âmbito do projeto “Viriato”, e não é única. “Foi uma das várias operações realizadas pela banca portuguesa em 2018 e 2019, aproveitando as boas condições do mercado imobiliário", e foi “anunciada pelo banco em outubro de 2018”, tendo “os seus resultados sido anunciados ao mercado”, garante o comunicado do NB.
O Novo Banco lembra também que este foi um negócio auditado “no ano da sua realização” e teve, no que diz respeito aos imóveis, “o acordo expresso do Fundo de Resolução e consta das operações que serão revistas no âmbito da auditoria especial em conclusão".
A instituição garante, assim, que "esta operação não foi feita a preços de saldo, mas sim a preços de mercado” – o que terá sido debatido com a deputada Helena Roseta, que também é citada pelo “Público”, por ter considerado o negócio “uma pechincha” no último debate no Parlamento.
O Novo Banco assegura que a venda seguiu "os melhores padrões internacionais", atraiu "48 interessados, 16 pré-selecionados, sete propostas recebidas e duas propostas em licitação final".
O banco diz agora estar “totalmente disponível para esclarecer todas as dúvidas existentes”, pelo que “enviou ontem, em antecipação, um conjunto detalhado de informação à Procuradoria-Geral de República referente à venda dos referidos imóveis integrados no projeto Viriato e Sertorius".
O primeiro-ministro também já tinha enviado uma carta à Procuradoria-Geral da República para travar quaisquer vendas até que seja conhecido o resultado da primeira auditoria da Deloitte, o que deverá acontecer ainda neste mês.
Na sequência da venda de imobiliário, o PS já anunciou que quer ouvir o presidente do Novo Banco na reabertura dos trabalhos parlamentares, em setembro. PCP considera o negócio criminoso.