A maioria dos partidos com assento parlamentar faz um balanço muito positivo dos primeiros dois anos de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República. PSD, PS, CDS e PAN falam de imparcialidade, estabilidade, serenidade e mandato exemplar. Bloco e PCP têm críticas a apontar.
O líder parlamentar do PSD, partido que apoiou a candidatura de Marcelo, Hugo Soares, considera que, "dois anos depois, ficou demonstrado que o actual chefe de Estado estava muito preparado para o exercício das funções, dando uma garantia de imparcialidade que deve ter o Presidente da República”.
Também o presidente do PS considerou o desempenho de Marcelo "muito positivo" para a estabilidade política, incluindo alguns alertas que o Presidente lançou ao Governo socialista. Carlos César sublinha a "poderosa contribuição para a estabilidade política" que o país tem vivido e, "em particular, o respeito que Marcelo Rebelo de Sousa tem mantido pelo exercício das competências próprias e a não intrusão em competências alheias".
“Um mandato exemplar”. É desta forma que o dirigente do CDS-PP Telmo Correia classifica os primeiros dois anos do mandato de Marcelo como Presidente da República. Telmo Correia defende mesmo a recandidatura de Marcelo e garante, desde já, o apoio do seu partido.
O deputado do PAN defende que o actual Presidente tem tido um mandato "sereno, presente e atento", salientando a "dinâmica de debate e relacionamento" construtiva e a presença junto das populações. André Silva considera que esta postura "tem contribuído também para o sucesso económico e para a melhoria das condições de vida das pessoas", esperando que no futuro o chefe de Estado possa dar mais atenção às questões ambientais.
“O homem da imagem”
O bloquista José Manuel Pureza define o Presidente da República como um "homem da imagem", lamentando a sua orientação focada no centro do espectro político.
"Foi um Presidente que não trouxe nada de inesperado relativamente ao candidato Marcelo Rebelo de Sousa. Alguém que se afirmou muito próximo das pessoas, com um estilo de proximidade, mas, do ponto de vista político, alguém que sempre deu preferência a acordos de regime ao centro. Alguém que tem acompanhado a situação política pautando-se por essa preferência e isso merece da nossa parte alguma distância", sobretudo nas áreas da política orçamental e da política europeia, analisa Pureza.
Para o secretário-geral do PCP, o mais importante é que Marcelo Rebelo de Sousa respeite a separação de poderes e de exercício de competências entre órgãos de soberania. "Tendo em conta estes dois anos passados, mas sobretudo o futuro, queremos afirmar que, mais do que características próprias de cada um, o que importa é que o Presidente da República paute a sua intervenção no respeito pelos princípios constitucionais que jurou cumprir e fazer cumprir”, afirma Jerónimo de Sousa.
Também a líder parlamentar de "Os Verdes" sublinhou o respeito mútuo entre a Presidência da República e o Parlamento, mas condenou "casos de precipitação clara" de Marcelo. Heloísa Apolónia considera que, "regra geral, o Presidente tem pautado essa relação pelo respeito”, mas sublinha que “já se evidenciaram alguns casos de precipitação clara do Presidente da República quando, por exemplo, a propósito dos fogos florestais e do drama que o país viveu, sugeriu aos deputados que se pusessem no terreno quando já estavam no terreno.”