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Não está comprovado, para já, que o leite de uma mãe com Covid-19 possa infetar o bebé, pelo que a Direção-Geral de Saúde (DGS) continua a recomendar a amamentação.
"Até à data, tudo indica que [o leite materno] poderá ser utilizado, porque os benefícios serão superiores ao risco de eventual transmissão, que não está comprovada. É um tema que está a ser estudado pelos maiores peritos do mundo e o que tem de ser ponderado é o benefício do leite materno versus potenciais riscos. Até à data, volto a dizer, não foi comprovado que haja transmissão através do leite materno. De qualquer forma, os médicos assistentes das mães terão uma palavra muito importante no aconselhamento da amamentação", explicou a diretora-geral da Saúde, esta sexta-feira, em conferência de imprensa.
Graça Freitas ressalvou, contudo, que o facto de não haver evidência de risco de contágio através do lei materno "não quer dizer que não sejam tomadas algumas medidas", no momento da amamentação.
"Por exemplo, o leite ser retirado e ser dado sem ser diretamente através da mama, para evitar contacto. Ou, se a mãe o fizer diretamente, usar uma máscara e meios de proteção", sugeriu.
"Task force" para avaliar tratamento com plasma humano
O tratamento de doentes com Covid-19 através de plasma humano tem sido usado nalguns países, com resultados, aparentemente, positivos.
Questionada sobre o assunto, Graça Freitas revelou que Portugal tem um consórcio dedicado ao tema, para avaliar a validade do método.
"Há muitas metodologias em diversos países. Foi constituída uma 'task force' nacional com várias entidades, liderada pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, que tem sobretudo como objetivo participar num ensaio clínico alargado, para perceber se, a utilização de plasma humano a partir de indivíduos convalescentes ou que tiveram a doença é, de facto, efetivo e seguro para tratar pessoas com a infeção", referiu.
Testes serológicos não são "resposta a todos os anseios"
A diretora-geral da Saúde assumiu, ainda, que, no que toca a medir o pulso de um regresso à normalidade segundo a imunidade dos pacientes recuperados da Covid-19, "as notícias não são muito animadoras".
"Ainda há poucos dias, foi publicado um estudo, feito numa região onde houve muitos casos de doença. Cerca de 14% da população tinha, de facto, anticorpos, mas não se sabe se são suficientes para dar proteção e se essa proteção vai ser duradoura. Teremos de ter muitas cautelas na interpretação destes testes", sublinhou a responsável.
A incerteza em volta do tema "não quer dizer" que não se façam testes de imunidade, contudo, Graça Freitas realçou que não se pode pensar "que isto é a resposta a todos os anseios" relativamente à Covid-19.
"É apenas mais uma pista da ciência. Até termos resultados mais sólidos, temos de agir em função do princípio da precaução: vamos considerar que todas as pessoas vão ter de continuar a ter as mesmas medidas de prevenção. Se os testes serológicos indicarem que parte da população está protegida, adaptaremos as medidas", afiançou.