O Governo vai aumentar em dois milhões de euros a dotação orçamental para as Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários (AHBV) em 2023. É o maior crecimento percentual nos últimos cinco anos, 6,7%, no valor de 31,7 milhões de euros. Ainda assim, a Liga Portuguesa de Bombeiros (LPB) considera que "continuamos a ter um subfinanciamento crónico real".
A LPB defende que a subida de verbas é inferior à taxa de inflação de 7,4% apresentada pelo Ministério das Finanças para 2022. Para a Liga, os bombeiros teriam de ter uma transferência de pelo menos 34 milhões de euros do OE de 2023, "considerando os aumentos dos preços dos combustíveis, dos produtos, do Salário Mínimo Nacional em 2022 e dos salários em geral."
"As verbas inscritas para apoio à imprescindível e insubstituível atividade dos Bombeiros às populações, ficaram muito aquém daquilo que consideramos justo e muito abaixo das necessidades financeiras das Associações Humanitárias e das propostas apresentadas pela LBP", lê-se no comunicado da instituição liderada por António Nunes.
A Liga considera que apesar de refletir um aumento de 6,7% em relação ao ano de 2022, o aumento "é manifestamente insuficiente para compensar o acréscimo de custos que as AHBV tiveram, no presente ano, e terão em 2023, agravando ainda mais o precário equilíbrio financeiro".
O crescimento da dotação orçamental, segundo a LPB, "não chegará para as Associações Humanitárias pagarem o acréscimo de TSU derivado do aumento do salário mínimo e ajustamentos nos restantes níveis salariais".