A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) exige mais de 50% de serviços mínimos na greve dos motoristas, marcada para 12 de agosto e por tempo indeterminado.
A intenção foi confirmada à Renascença pelo porta-voz da associação que representa as empresas de transportes de mercadorias.
Os motoristas propõem apenas 25% de serviços mínimos, que é o mínimo estabelecido por lei, um número que a associação considera uma irresponsabilidade.
“Achamos altamente irresponsável a proposta dos sindicatos e, portanto, faremos uma proposta que se destina a garantir o direito à greve e também o abastecimento de gás e de combustível”, diz André Almeida.
A planificação dos serviços mínimos será um dos principais assuntos em discussão na reunião agendada para esta quarta-feira entre os sindicatos dos motoristas que entregaram o pré-aviso de greve, na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).
Ouvido pela Renascença, o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias revela desde já pouca abertura para ir além dos 25% de serviços mínimos.
“Nós achamos que 50% é muito. A greve é um direto constitucional, os 25% é o que está descrito na lie. Entendemos que é complicado para a vida dos portugueses, mas nós há 20 anos pelo menos que estamos com várias represálias e é isso que queremos demonstrar”, diz Jorge Cordeiro.
Os representantes dos motoristas pretendem um acordo para aumentos graduais no salário-base até 2022: 700 euros em janeiro de 2020, 800 euros em janeiro de 2021 e 900 euros em janeiro de 2022, o que com os prémios suplementares que estão indexados ao salário-base, daria 1.400 euros em janeiro de 2020, 1.550 euros em janeiro de 2021 e 1.715 euros em janeiro de 2022.
Segundo fonte sindical, existem em Portugal cerca de 50.000 motoristas de veículos pesados de mercadorias, 900 dos quais a transportar mercadorias perigosas.