O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, garante que não existe qualquer rutura ou risco de rutura de medicamentos essenciais.
Em declarações aos jornalistas, Pizarro disse que o aviso da Ordem dos Farmacêuticos para a falta de medicamentos faz "sentido", num contexto da responsabilidade das instituições sobre a vigilância de um sistema de saúde, "que é muito delicado" e do qual "depende mesmo a vidas pessoas".
Ainda assim, Pizarro contraria o alerta deixado pelos farmacêuticos, na Renascença: "A verdade é que nós não temos, neste momento, nem rutura, nem risco de rutura de nenhum medicamento essencial."
A posição do ministro da Saúde está em sintonia com a do Infarmed, que, também esta quarta-feira, desdramatizou o problema, ao salientar que a carência de medicamentos se verifica apenas em "situações bastante limitadas".
Pressão nas urgências "tem de ser resolvida com humanismo"
Nos últimos dias, as urgências dos hospitais de Almada e do Barreiro têm sentido maior pressão do que o habitual, situação essa reconhecida por Manuel Pizarro, que lamenta "que haja sempre alguns constrangimentos e alguma sobrelotação de algumas urgências".
"Naturalmente, esse aumento da pressão cria dificuldades ao funcionamento dessas urgências. Temos que ir lidando com esse tema para o ir suprindo progressivamente."
Ainda esta terça-feira, o Hospital Garcia de Orta, em Almada, viu-se forçado a recusar ambulâncias com doentes de fora da área devido à falta de macas, situação essa denunciada pelo Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar.
O ministro da Saúde deixou uma palavra de agradecimento aos profissionais de saúde dos serviços de urgência dos centros hospitalares em questão e aproveitou ainda para sublinhar o projeto piloto anunciado pela direção executiva da SNS, esta quarta-feira, para "tentar aliviar o recurso à urgência, criando alternativas às pessoas".
"É algo que temos que ir fazendo paulatinamente, porque este plano das urgências tem períodos de agudização. É verdadeiramente uma doença crónica do nosso Serviço Nacional de Saúde, que tem de ser resolvida com humanismo."
Manuel Pizarro aponta ainda que os picos de pressão nas urgências, "muito habituais no inverno", estão também a aparecer perto do início do verão: "Já no ano passado, em 2022, ocorreu também um pico no início do verão, que parece estar a acontecer de novo de novo nestes dias. Estamos a monitorizar para procurar dar a resposta mais eficaz possível".