O Barcelona pediu a demissão de Javier Tebas, presidente da La Liga, que foi acusado de entregar provas falsas contra o clube catalão no caso de investigação de corrupção desportiva que o Barça está a ser alvo.
Segundo o jornal "La Vanguardia", Tebas entregou ao Ministério Público um documento de um antigo dirigente do Barcelona com informações que incriminavam Josep Bartomeu, antigo presidente do Barcelona.
Nas redes sociais, Tebas garante que "não acusou ninguém e a própria notícia o confirma ao assinalar que a carta afirmava que o documento não implicava o exercício de uma acusação específica contra alguém".
Ainda assim, o Barcelona reage com "indignação" à notícia publicada pelo jornal e exige que "o presidente apareça publicamente, de forma urgente, para dar mais explicações para além do tweet que publicou".
"O Barcelona sente-se vítima de linchamento mediático por algo que nunca aconteceu: o Barça nunca comprou árbitros. Não é a primeira vez que o presidente da La Liga usa a sua máquina mediática para tentar minar o Barcelona, mas nunca pensamos que o pudesse fazer com provas falsas", prossegue o comunicado.
A concluir a nota, o clube diz que "por dignidade e respeito à presidência da La Liga, o senhor Tebas deveria demitir-se da sua função. Continua a mostrar a sua aversão ao nosso clube e entendemos que continuará a insistir no seu comportamento de prejudicar o Barcelona".
O que é o "caso Negreira"?
O "caso Negreira" abalou o futebol espanhol em fevereiro, com a suspeita de que o Barcelona pagou quase sete milhões de euros à DASNIL 95, uma empresa de José Enríquez Negreira, que esteve no Comité Técnico de Arbitragem da RFEF entre 2016 e 2018. A primeira investigação ocupa os anos entre 2001 e 2018, mas o acordo poderá ter começado em 2003.
Segundo o filho de Negreira, as verbas dizem respeito a um trabalho de assessoria, que consistia em explicar aos jogadores como deviam comportar-se com os árbitros durante os jogos e indicações específicas sobre cada juiz. O Barcelona confirmou a versão de Negreira.
A 7 de março, o Fisco decidiu acusar o Barcelona, o seu ex-presidente, Josep Maria Bartomeu, e Enríquez Negreira de corrupção continuada.
O caso vai mesmo a tribunal, em Espanha. O Ministério Público apresentou uma denúncia formal no Tribunal de Instrução número 1 de Barcelona contra o clube, enquanto pessoa jurídica, bem como contra os seus antigos presidentes, nomeadamente Bartomeu e Sandro Rosell, por corrupção, abuso de confiança e registos comerciais falsos.