O movimento de cidadania #MovRioDouro reivindicou este sábado "mudanças efetivas" na bacia do rio Douro, apontando a poluição e a qualidade da água como umas das "ameaças e problemas" a resolver. .
O #MovRioDouro alertou para estas questões numa caminhada pelas margens do rio Tinto até ao estuário do rio Douro (Ribeira de Abade), naquele que foi o seu primeiro evento público.
Em comunicado, o #MovRioDouro revelou que, a 18 de junho, o Movimento em Defesa do Rio Tinto, um dos seus membros, pediu esclarecimentos à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), vereadores do Ambiente das câmaras de Gondomar e do Porto, Águas do Porto e de Gondomar e Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR sobre "mais uma situação alarmante no estuário", nomeadamente "águas altamente eutrofizadas" junto ao novo intercetor do rio Tinto, no rio Douro, junto à ponte do Freixo. .
"Estas entidades não se podem remeter ao silêncio porque arriscam-se a ser cúmplices de uma agressão no estuário do Douro", explicou Paulo Silva, representante do Movimento em Defesa do Rio Tinto no #MovRioDouro, citado na nota de imprensa. .
Este é "apenas mais um exemplo de uma das ameaças constantes" à bacia hidrográfica do Douro, a maior da Península Ibérica, sublinhou. .
Também Adriano Bordalo e Sá, investigador do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS) e membro do movimento, aponta outros problemas no Douro, nomeadamente a qualidade da água. .
"A bacia do Douro tem vindo nos últimos 70 anos a sofrer profundas intervenções humanas. Se até aos anos 80 a mais notória foram as grandes barragens, hoje o regadio fomentado pelos fundos comunitários, desde a vinha à beterraba, da oliveira ao girassol, retira água preciosa e devolve uma miríade de agroquímicos", explicou.
Mas se a quantidade de água tem vindo a ser reduzida, "a qualidade deixa muito a desejar", acrescentou.
O recém-criado #MovRioDouro é um movimento de cidadania em defesa dos rios da bacia hidrográfica do Douro que congrega pessoas, membros da comunidade científica, grupos e associações para a defesa dos rios.
O movimento rege-se pelos princípios: ambiente e desenvolvimento sustentável, pessoas, cultura e território, visão integrada, independência e reflexão crítica, cooperação e participação, transparência.