Os bispos europeus querem que a ONU contribua decisivamente para resolver a crise de refugiados que todos os dias continuam a chegar ao continente.
Reunidos na Terra Santa, os presidentes das Conferências Episcopais da Europa publicaram esta quarta-feira uma mensagem final em que o tema dos refugiados naturalmente tem lugar de destaque.
“Olhando para as alegrias, sofrimentos e desafios da Igreja nos diferentes países, surge uma imagem de grandes movimentações de povos: Pessoas em busca de asilo, refugiados, migrantes. A angústia não tem limites. A complexidade deste êxodo, com as suas inevitáveis diferenciações, exige grande atenção dos estados individuais, cujas situações são radicalmente diferentes, com o objectivo de responder rapidamente às necessidades de assistência imediata e acolher pessoas desesperadas devido a guerra, perseguição e miséria.”
Os bispos reconhecem a obrigação dos Estados em manter a ordem pública, mas também de ajudar generosamente aqueles que precisam, promovendo uma integração respeitosa e colaborante.
“O compromisso das igrejas da Europa é grande e, seguindo as indicações do Santo Padre Papa Francisco, elas estão a colaborar com os Estados, a quem cabe em primeiro lugar a responsabilidade pela vida social e económica dos povos”, dizem.
Contudo, tendo em conta a dimensão da crise, pede-se no documento a intervenção das Nações Unidas. “Esperamos que a ONU tome esta situação em decisiva consideração e que sejam encontradas soluções efectivas não só no que diz respeito ao acolhimento primário, mas também aos países de origem dos migrantes, pondo em prática medidas para impedir a violência e edificar a paz e o desenvolvimento dos povos."
Apelos à paz e liberdade de educação
Os bispos europeus aproveitam ainda a sua mensagem final para fazer um renovado apelo à paz em vários pontos do mundo, nomeadamente na Terra Santa, onde o encontro decorreu. O resto do Médio Oriente, mas também a Ucrânia, na Europa, não são esquecidos.
Mencionados também são os temas da liberdade religiosa e de educação. Sobre as ameaças à liberdade religiosa, os bispos afirmam que “prova trágica disto é a perseguição de cristãos, muitos dos quais deram a vida com testemunhos exemplares de fé: eles estão nas nossas orações e estendemos-lhes a nossa proximidade fraternal e admiração”.
Todavia, os bispos enfatizam que as ameaças à liberdade religiosa também existem na Europa. “A crescente secularização dos países europeus tende a confinar a religião à esfera privada e para as margens da sociedade. Neste quadro entra o direito fundamental dos pais de educar os seus filhos de acordo com as suas convicções. Para que esta liberdade seja possível é necessário que as escolas católicas possam desenvolver a sua tarefa educativa para benefício de toda a sociedade com todo o apoio apropriado.”
A mensagem dos bispos refere ainda o sínodo da família, que começa em Outubro, bem como o Jubileu da Misericórdia, que começa a partir de 8 de Dezembro.