A agência de notação financeira Fitch "voltou a subir a classificação" da Madeira, aumentando o perfil de crédito da Região, que passa para três níveis acima de lixo, informou este sábado o Governo Regional.
"Agora, e mais uma vez, a Fitch volta a rever em alta o nosso perfil de crédito, numa decisão muito importante para a Madeira, que gera maior visibilidade da Madeira e das suas operações de refinanciamento", afirma o secretário das Finanças do executivo madeirense numa nota enviada à agência Lusa.
Rogério Gouveia, citado no documento, acrescenta que esta classificação, divulgada ao final da noite de sexta-feira, "permite reforçar a base de investidores internacionais da Região e o respetivo sucesso das suas emissões de dívida", apesar do impacto na economia da guerra na Ucrânia.
O governante insular realça que "o bom desempenho financeiro nos últimos anos tem vindo a sustentar a classificação favorável da agência norte americana ao "rating" da Madeira".
"Em termos práticos, a Fitch Ratings vem reforçar e melhorar ainda mais a classificação da Madeira no patamar de qualidade de investimento, atestando de forma isenta e independente a redução do respetivo risco de crédito, assim afirmando a sustentabilidade da dívida pública regional a longo prazo e a qualidade da gestão das finanças públicas regionais", argumenta.
A Fitch Ratings "voltou a melhorar a classificação do perfil de crédito da Região, aumentando-a em mais um nível, nomeadamente de "BBB" para "BBB+" e com perspetiva de evolução estável", salienta.
Rogério Gouveia enfatizou que "esta é mais uma excelente notícia para a Região e decorre da recente avaliação que a agência americana fez ao "rating" da República e da decisão em manter a avaliação da Madeira em linha com a do Estado".
O governante recordou que, em abril, "aquela que é uma das quatro maiores agências mundiais de classificação de risco de crédito, avaliou a performance das contas públicas regionais e atribuiu a notação "BBB", que corresponde ao 1.º nível de "investment grad" (grau de investimento), equiparando-a à classificação atribuída à República Portuguesa".
"Com esta classificação, o "rating" da Região saiu do nível especulativo para qualidade de investimento, naquela que é a melhor notação financeira obtida desde 2011", vincou.
O responsável refere também que a Fitch Ratings "analisou em detalhe as contas e a restante informação orçamental, financeira e de gestão da dívida pública realizada pelo Governo Regional".
Segundo Rogério Gouveia, valorizou fatores "como a inequívoca trajetória de consolidação das contas públicas regionais, a obtenção de superavits orçamentais e a sustentada redução dos níveis de dívida pública regional até à pandemia covid-19, a redução dos custos da dívida devido à estratégia de gestão da dívida implementada, a redução do prazo médio de pagamentos, entre diversas outras variáveis".
A Fitch Ratings tem sede nos Estados Unidos da América e conta já com mais de 100 anos de atividade, sendo considerada uma das três maiores agências de "rating" do mundo, com mais de 20 mil entidades empresariais e institucionais avaliadas.