Covid-19. Devemos estar preocupados com o aumento de casos este verão?
18-06-2024 - 08:15
 • André Rodrigues

Este crescimento estará relacionado com o aumento de circulação da sublinhagem KP.3, recentemente identificada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças.

Os casos de Covid-19 têm tendência para aumentar.

Há um pico às portas do verão que supera a incidência mais elevada que se registou no período do inverno.

O Explicador Renascença esclarece o que está em causa.

Há motivo para preocupação?

Apesar do aumento da incidência, não há razão para alarme.

Os dados da Direção-Geral da Saúde confirmam um aumento da transmissão da Covid-19: em 9 de junho tínhamos 16 casos a sete dias por 100 mil habitantes.

É um número que ultrapassa o pico de incidência do último inverno que foi de 12 casos a sete dias por 100 mil habitantes, mas abaixo do recorde de incidência do verão do ano passado, que foi de 42 casos por 100 mil habitantes.

O que é que explica este aumento?

De acordo com a Direção-Geral da Saúde, este crescimento estará relacionado com o aumento de circulação da sublinhagem KP.3, recentemente identificada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças.

Ora, sempre que isto acontece, sempre que há uma nova estirpe ou variante do vírus, é natural que ocorram estes picos.

Desde logo, porque a vacinação contra a Covid-19 deixou de ser feita com a regularidade dos tempos em que ainda estávamos em pandemia. Portanto, há uma imunidade menos apurada na população.

Que influência é que têm concertos e competições desportivas?

A vida normal também acaba por aumentar o potencial de transmissão da Covid-19, à semelhança do que é habitual com a generalidade dos vírus.

Tivemos muito recentemente os festejos por causa do futebol, agora estamos na época dos Santos Populares, Rock in Rio e, depois, daqui para a frente, os festivais de verão.

Por isso, estão reunidas as condições para uma incidência mais elevada, até porque - ao contrário de outros vírus respiratórios - a Covid-19 não segue um padrão sazonal.

Por essa razão, pode ser normal um aumento do número de casos fora chamada época das gripes e das constipações.

Há impacto nos internamentos e na mortalidade?

De acordo com a DGS, entre 9 e 16 de junho verificou-se um aumento dos episódios de urgência por Covid-19 em todas as regiões do país e em todas as idades. Mas, com maior impacto nos mais velhos.

Quanto à mortalidade diretamente relacionada com a Covid-19, registaram-se nove óbitos a 14 dias por milhão de habitantes. É um valor abaixo das 20 mortes a 14 dias, que é o limiar definido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças.

Portanto, não há motivo para alarme. Mas vale sempre a pena seguir as recomendações habituais: se tiver tosse, febre, dores de cabeça ou dificuldade respiratória, deve-se usar máscara, manter distanciamento físico e evitar ambientes fechados ou aglomerados de pessoas.