O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, defendeu, na segunda-feira, as relações do país com Moscovo, rejeitando as críticas norte-americanas de que Brasília está a fazer "eco da propaganda russa" sobre o conflito na Ucrânia.
"Não sei como ou porque ele [porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA] chegou a essa conclusão. Mas não concordo de forma alguma", disse Mauro Vieira aos jornalistas, em Brasília, onde o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, se encontrou com o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov.
Os Estados Unidos afirmaram, na segunda-feira, que o Brasil está a repetir a propaganda russa e chinesa “sem ter em conta os factos”, depois de o Presidente brasileiro ter acusado Washington e a União Europeia (UE) de prolongar o conflito na Ucrânia e horas depois de Vieira ter afirmado ser contra as sanções impostas à Rússia, durante uma conferência de imprensa em Brasília ao lado do homólogo, Sergei Lavrov.
“Neste caso específico, o Brasil está a repetir a propaganda russa e chinesa, sem ter em conta os factos”, realçou na segunda-feira John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, órgão diretamente ligado ao Presidente norte-americano.
No sábado, Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que os Estados Unidos devem parar de "encorajar a guerra" na Ucrânia e a UE deve "começar a falar de paz".
Desta forma, a comunidade internacional "poderá convencer" o Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que "a paz é do interesse de todo o mundo", acrescentou.
"É necessária paciência" para falar com Putin e Zelensky, disse. "Mas, acima de tudo, temos de convencer os países que fornecem armas, que encorajam a guerra, a parar", indicou.
Lula da Silva falava na conclusão de uma visita aos Emirados Árabes Unidos, depois de ter estado na China.