O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, afirmou esta sexta-feira, em Monchique, que “o grande balanço” do incêndio que hoje foi dado como dominado é não ter havido vítimas mortais.
“A grande vitória é vítimas zero”, afirmou aos jornalistas, citando o oficial de ligação espanhol.
De visita às regiões afetadas, o ministro da Administração Interna destacou também a "notável" operação da Proteção Civil no combate ao fogo e o relacionamento entre as várias entidades envolvidas.
“Atempadamente, todos, desde a Proteção Civil à emergência médica”, destacando ainda “as Forças Armadas, a Cruz Vermelha e a Segurança Social”, se envolveram neste combate. “Quero saudar a maneira como se relacionaram”, afirmou ainda.
“A minha família é da região, a minha mãe é de Silves. Conheço estes locais e compreendo a angústia das populações”, acrescentou, solidarizando-se com quem viveu dias dramáticos.
Incentivos para as populações ficarem são "apelo ao crime"
O ministro criticou quem não quis abandonar as habitações e deixou um recado à comunicação social: “quem permita dar uma ideia de que é melhor ficar a defender o que é indefensável está a prestar um mau serviço público” e a fazer um “apelo ao crime”.
Contudo, “a esmagadora maioria” dos media é digno de elogio: “agradecer à comunicação social o papel notável também na relação com as populações” e quando foi necessário difundir avisos da Proteção Civil para a zona.
Neste âmbito, e sempre enaltecendo a ação das forças envolvidas, Eduardo Cabrita lembrou os SMS (mensagens) preventivos “que chegaram a mais de 7 milhões de portugueses e à comunidade estrangeira” – o que valeu um agradecimento da parte do Governo britânico.
Depois destas declarações aos jornalistas, Eduardo Cabrita seguiu para a visita a alguns dos locais mais afetados pelo fogo, acompanhado pelo presidente da Câmara de Monchique.
Desde o dia 3 de agosto, e depois oito dias de chamas, o incêndio que começou em Monchique e que afetou outros concelhos causou 41 feridos, 22 dos quais bombeiros e 49 pessoas deslocadas. Arderam quase 27 mil hectares.
Costa e Marcelo articulam deslocações a Monchique
O primeiro-ministro, António Costa, desloca-se esta sexta-feira a Monchique, às 15h00, acompanhado por ministros e secretários de Estado.
A delegação será composta pelos ministros da Administração Interna, Eduardo Cabrita, Adjunto, Pedro Siza Vieira, e pelos secretários de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson Souza, do Turismo, Ana Mendes Godinho, da Habitação, Ana Pinho, da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, e das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Miguel Freitas.
António Costa e os restantes governantes vão reunir-se com os presidentes das câmaras de Monchique, Portimão e Silves, e ainda com representantes da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve e da Associação de Municípios do Algarve.
O objetivo, segundo a fonte do gabinete do primeiro-ministro citada pela agência Lusa, é fazer um ponto de situação da necessidade imediata de apoios e estudar as respostas a dar às populações.
Estas visitas estão articuladas com o Presidente da República, que também irá ao local, embora ainda não tenha sido anunciada uma data.
[Notícia atualizada às 12h45, com data e hora da visita do primeiro-ministro]