O Nordeste Transmontano não foi abrangido pelos apoios para as zonas afetadas pela seca, consagrados num despacho publicado esta terça-feira, em Diário da República.
O diploma reconhece para outras regiões do país a existência de uma situação de seca severa e extrema, mas “o Nordeste Transmontano ficou excluído mais uma vez dos apoios extraordinários, tal como tinha acontecido em maio”, diz à Renascença a Confederação Nacional da Agricultura.
O dirigente da CNA, Vítor Rodrigues, garante que a situação de seca que se vive, em particular no planalto Mirandês, é muito grave.
“Há uma situação similar que não está a ser reconhecida enquanto tal e se já era grave em maio, de então para cá só se terá agravado, com o aumento dos preços do gasóleo, das rações para os animais e de outros factores de produção agrícola, que num ano com muito pouco pasto e forragens o que se perspetiva é um avolumar das dificuldades dos agricultores nesta região que ficam, mais uma vez, destes apoios extraordinários para a seca”, lamenta Vítor Rodrigues.
O dirigente da CNA deixa críticas ao Governo, “que tem muita facilidade em anunciar milhões, mas muita dificuldade em fazê-los chegar”.
Tudo o que é alimentação para o gado foi praticamente perdido para a seca e os produtores "estão sufocados", constata Vítor Rodrigues.
A situação de seca e a falta de apoios de emergência do Governo “põe em causa a viabilidade e a continuidade de muitas explorações do Nordeste Transmontano”, alerta a CNA.