Será uma visita de pouco mais de seis horas mas, em entrevista à Renascença, o Cardeal Erdő rejeita indiretamente a ideia de tal se deva ao atual contexto politico do país. O Arcebispo de Budapeste sublinha que o Santo Padre aceitou o convite para presidir ao encerramento do congresso, à semelhança do que aconteceu em Estrasburgo, em 2014.
Que conclusões se podem já tirar deste Congresso eucarístico Internacional, que esteve previsto para 2020 mas só agora pode realizar-se, devido à pandemia? Quais são, para si, as notas mais importantes?
É um símbolo de reconciliação, um símbolo de unidade, um símbolo daquilo que ensina o Concilio Vaticano Segundo sobre a Eucaristia. Uma das conclusões é a solidariedade A solidariedade para com os pobres. E foi por isso que, logo na abertura do Congresso Eucarístico Internacional, organizámos refeições juntamente com os mais pobres em dez cidades diferentes.
Faltam menos de 24 horas para a chegada do Papa, que vem precisamente encerrar este Congresso. Há quem se pergunte porque é que Francisco aqui estará apenas uma manhã, porque é que o Santo Padre não faz uma visita mais longa? A última que um Papa esteve na Hungria já foi há 25 anos, quando cá veio João Paulo II…
O que se passa é que, desta vez, o Santo Padre aceitou o convite para estar presente no ato final de um Congresso Eucarístico, aceitou participar num evento pontual. Foi assim, também, que aconteceu em 2014 em Estrasburgo. Não se trata, por isso, de uma grande visita pastoral, em que o Papa vai, por exemplo, visitar diversas comunidades. Mas claro que sonhamos com isso. Esperamos encontrar uma boa ocasião para que tal aconteça.
Tenciona dirigir, no Domingo, novo convite ao Papa para visitar a Hungria?
Esse é um convite que tem sido renovado. Se for possível visitar-nos certamente que ficaremos muito contentes. Uma visita pastoral do Papa a um país é uma bênção.
Que expectativa lhe merece esta deslocação do Papa a Budapeste para encerrar o Congresso Eucarístico Internacional, e a mensagem que francisco aqui vai deixar?
Naturalmente o Papa deixará uma mensagem importante sobre a Eucaristia, porque a Eucaristia é verdadeiramente a fonte da nossa vida, da nossa missão e da unidade. Da unidade e da solidariedade entre os cristãos e para todo o género humano.
E o encontro de Francisco com o presidente húngaro e com o Primeiro-ministro? A Hungria sempre foi considerada um dos bastiões da cultura cristã, porque é que o encontro do Papa com Viktor Orban é um assunto tão delicado?
Essa é uma questão política, e eu não entro nas questões políticas.
Em 2023 vai realizar-se em Lisboa a Jornada Mundial da Juventude, tenciona estar presente?
Sim, espero poder participar. Estive presente na Jornada Mundial da Juventude, em Cracóvia, com o Papa Francisco. Foi um acontecimento inesquecível. Espero que em Portugal aconteça o mesmo, até porque depois da pandemia será um grande sinal de esperança, um grande sinal de que Cristo nunca nos abandona.