As famílias dos seis jovens que morreram no Meco vão recorrer depois de conhecida a decisão do Tribunal de Setúbal, que conclui que não foi cometido qualquer crime na noite de 15 de Dezembro de 2013.
João Gouveia, o único sobrevivente da tragédia do Meco, não vai ser julgado e o caso será arquivado.
Vasco Parente Ribeiro, advogado das famílias dos jovens, diz que vão recorrer e explica porquê: "Como é evidente, os pais entendem que devem recorrer, e, como advogado, tenho de respeitar essa decisão e entendo que existe motivo para isso".
"Vamos continuar a lutar. Esta decisão, ao contrário do que parece, não nos surpreende, porque foi anunciada quando ainda a instrução estava aberta. Já o senhor procurador do processo dava uma entrevista ao 'Expresso', no dia 10 de Outubro, onde afirmava que iria processar os pais e o advogado depois da decisão do senhor juiz de instrução. Isto diz tudo”, critica Vasco Parente Ribeiro.
Já o pai de João Gouveia, único sobrevivente da tragédia que envolveu alunos da Universidade Lusófona, diz que esta era a única decisão possível.
"A decisão vem confirmar a realidade dos factos. A paz tem de ser construída. Foi muito massacrado ao longo de muitos meses por uma realidade ficcionada, a paz tem de ser reconstruída progressivamente. Respeitemos aqueles que faleceram e deixemos quem sobreviveu reconstruir a sua vida", afirmou.
A decisão foi revelada esta quarta-feira pelo juiz de Instrução do Tribunal de Setúbal, concluindo que não foi cometido qualquer crime na noite de 15 de Dezembro de 2013.