A autoridade norte-americana do medicamento (FDA) aprovou esta quinta-feira a venda sem prescrição médica de uma pílula contracetiva pela primeira vez no país, o que poderá traduzir-se na significativa expansão do acesso a este tipo de contraceção.
A notícia surge mais de um ano depois de o Supremo Tribunal dos EUA ter revertido a medida Roe V. Wade, que até ao ano passado garantia o direito ao aborto em todo o território norte-americano até às 12 semanas de gestação.
De acordo com o New York Times, a pílula, chamada Opill, vai tornar-se no método anticontracetivo mais eficaz à venda nos EUA sem necessidade de receita. Até agora, os únicos métodos comercializados sem necessidade de prescrição médica eram preservativos e espermicidas.
Especialistas em saúde reprodutiva dizem que tornar uma pílula acessível desta forma será especialmente importante para jovens mulheres, adolescentes e todos aqueles que têm dificuldade em aceder a cuidados médicos para obterem uma receita, seja por questões de tempo, de dinheiro ou de logística.
A Perrigo, fabricante da Opill, com sede em Dublin, na Irlanda, diz que a pílula poderá estar disponível em lojas físicas e online por todos os EUA já nos primeiros meses de 2024.
A empresa não adianta, para já, quanto vai custar a Opill, dado que irá determinar quantas pessoas conseguirão ter acesso a este método contracetivo.
Em comunicado, a vice-presidente da Perrigo para a saúde feminina, Frédérique Welgryn, diz que a empresa está empenhada em tornar a pílula "acessível e com um preço comportável para as mulheres e pessoas de todas as idades".
Welgryn também destaca na nota que a empresa terá um programa de assistência ao consumidor para garantir a algumas mulheres mais vulneráveis o acesso gratuito à Opill.