Vinte e sete pessoas morreram em Trípoli, revelou um grupo de médicos, após confrontos armados entre duas milícias em vários bairros da capital da Líbia, que deixaram os residentes encurralados nas suas casas.
Os confrontos, a pior escalada militar deste ano, começaram na segunda-feira à noite, após o chefe de uma das milícias, a Brigada 444, Mahmoud Hamza, ter sido detido por uma outra milícia, as Forças Especiais de Dissuasão (Rada).
A Brigada 444 declarou ter assumido o controlo total da área de Ain Zara, nos arredores de Trípoli, e impediu a entrada de membros da Rada.
Na terça-feira, o Ministério da Saúde da Líbia tinha pedido uma trégua de duas horas para retirar as pessoas retidas nas zonas de combate e para permitir que os hospitais recebessem doações de sangue.
O OPSGroup, uma organização da indústria da aviação, disse na segunda-feira que um grande número de aviões partiu de Trípoli devido aos confrontos. Os voos com destino à capital da Líbia estão a ser desviados para a cidade vizinha de Misrata.
As duas milícias, que controlam Trípoli, apoiam o primeiro-ministro do Governo de Unidade Nacional, Abdelhamid Dbeiba, contra um executivo paralelo sediado em Benghazi que administra o leste do país, e a Rada está ligada ao Conselho Presidencial.
O Presidente do Conselho Presidencial, Mohamed Manfi, na qualidade de Comandante Supremo do Exército, exortou "todas as partes beligerantes a cessarem imediatamente as hostilidades".
Ao pedido juntaram-se a missão especial da ONU na Líbia, a União Europeia e as embaixadas de França, Estados Unidos e Grã-Bretanha.
A atual escalada militar é a pior vivida neste ano, após uma relativa calma, após ter sido avançado um "roteiro" para convocar eleições gerais e pôr fim ao longo e instável processo de transição iniciado após a queda do ditador Muammar Khadafi em 2011.