A população residente em Portugal poderá baixar dos atuais 10,3 milhões de habitantes para 8,2 milhões em 2080, de acordo com projeções do Instituto Nacional de Estatística (INE) hoje divulgadas.
Os mesmos dados indicam, porém, que a população poderá aumentar na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve.
Estima-se que o número de jovens diminua de 1,4 milhões para um milhão, entre 2018 e 2080, o que terá reflexos na natalidade.
"Mesmo admitindo aumentos no índice sintético de fecundidade, resulta, ainda assim, uma diminuição de nascimentos, motivada pela redução de mulheres em idade fértil, como reflexo de baixos níveis de fecundidade registados em anos anteriores", explica o INE num dos Destaques que hoje divulga.
Já o número de idosos (a partir dos 65 anos), passará de 2,2 milhões para três milhões, segundo os indicadores avaliados pelo INE.
"O índice de envelhecimento em Portugal quase duplicará, passando de 159 para 300 idosos por cada 100 jovens, em 2080", antevê o Instituto.
A Região Autónoma da Madeira será a mais envelhecida, naquela data, com este índice a atingir os 429 idosos por cada 100 jovens. A menos envelhecida será o Algarve (índice de 204).
A população em idade ativa (14 a 64 anos) passará de 6,6 milhões de habitantes para 4,2 milhões, no período em análise.
O INE nota que estas projeções não tiveram ainda em conta o impacto da atual pandemia de Covid-19.
Foram apuradas com base nos dados disponíveis para analisar hipóteses de evolução das componentes demográfica, de fecundidade, mortalidade e migrações.
"Essas hipóteses não tiveram subjacente o impacto que a situação atual determinada pela pandemia covid-19 possa vir a ter nas tendências demográficas futuras", adverte o INE.
De qualquer modo, a informação hoje disponibilizada é considerada "útil para estabelecer uma referência" para avaliar desenvolvimentos futuros.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 750.000 pessoas em todo o mundo, das quais mais de 36.000 morreram.
Em Portugal, segundo o balanço feito na segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 140 mortes, mais 21 do que na véspera (+17,6%), e 6.408 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 446 em relação a domingo (+7,5%).