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O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, considera que é "absolutamente necessário" parar o conflito na Ucrânia e voltar ao diálogo.
D. Manuel Clemente presidiu este domingo a uma missa com a comunidade ucraniana, na Igreja de Arroios, em Lisboa. No final, em declarações aos jornalistas, pediu negociações e o fim de uma guerra sem sentido.
“Quando as coisas não se resolvem com diálogo, quando as partes não se encontram realmente, podem-se interromper conflitos, mas eles ficam lá latentes e podem voltar outra vez.”
“É absolutamente necessário, antes de mais, que a parte militar acabe e que a parte pessoal de diálogo continue com força, porque é uma tristeza as imagens que nos chegam, as histórias que estas pessoas da Ucrânia nos contam das suas famílias, do que lá está a acontecer agora. São tão dramáticas. Porquê tanta vida estragada de ucranianos e de russos, que também estão a morrer e as famílias estão a sofrer. Não faz sentido”, sublinhou o Cardeal-Patriarca de Lisboa.
Na celebração esteve também a embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets, que acredita que a paz é possível, mas sublinha que até agora o Exército russo não tem respeitado as tentativas de acordo.
“A crise humanitária vai aumentar e, por isso, é necessário realizar os outros passos para sentar-se e começar as negociações diplomáticas entre a Rússia e a Ucrânia para preservar a segurança no nosso país”, declarou a embaixadora no final da missa que encheu a Igreja de São Jorge de Arroios de ucranianos, mas também de portugueses que juntos rezaram pela paz.
O Papa Francisco defendeu este domingo a realização de negociações e reforça a disponibilidade da Igreja para ajudar na tentativa de alcançar a paz na Ucrânia, invadida há 11 dias pela Rússia.
Perante uma multidão de fiéis, alguns com bandeiras da Ucrânia, Francisco disse que “na Ucrânia correm rios de sangue e de lágrimas”.
“Não se trata apenas de uma operação militar, mas de guerra, que semeia morte destruição e miséria”, declarou.
A guerra na Ucrânia já provocou mais de 1,5 milhões de refugiados, revelou este domingo o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados.
Também este domingo, voltou a falhar o corredor humanitário montado para retirar civis de Mariupol.
A informação está a ser avançada por diversos meios de comunicação internacionais. Os separatistas pró-Rússia e a guarda ucraniana acusam-se mutuamente por mais este falhanço do cessar-fogo.