China assume preocupação com conflito na Ucrânia
21-02-2023 - 05:19
 • Marisa Gonçalves , com Agências

Pequim garante estar disponível para soluções de paz que permitam a segurança universal. Ministro das Relações Exteriores pede que acabem "exageros como Ucrânia hoje, Taiwan amanhã".

A China manifesta “profunda preocupação” com a escalada do conflito na Ucrânia e a possibilidade de que possa sair de controlo.

Uma posição expressa, este terça-feira, pelo ministro das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, durante um discurso sobre segurança global.

"A China está profundamente preocupada com o facto de o conflito na Ucrânia estar constantemente a aumentar, correndo o risco de sair de controle, disse, citado pela estação de televisão estatal chinesa CCTV.

Qin Gang assegurou que a China continuará a ajudar nas negociações de paz, na Ucrânia.

"Continuaremos a facilitar a paz e a ajudar nas negociações, tal como continuaremos a contribuir com a sabedoria chinesa para ajudar na solução política da crise na Ucrânia e a trabalhar com a comunidade internacional para promover o diálogo, a eliminação das preocupações de todos os lados e a conquista da segurança universal", referiu.

Qin Gang pediu ainda aos países envolvidos que “deixem de alimentar o fogo o mais rápido possível e parem de culpar a China", numa alusão às recentes notícias que referem que o regime chinês poderá estar a preparar o envio de armas a Moscovo.

Nesse mesmo discurso dedicado à segurança global, o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês aproveitou ainda para apelar aos países que designou de “relevantes”, que acabem com “os exageros como Ucrânia hoje, Taiwan amanhã”.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.

As tensões em torno de Taiwan aumentaram depois da visita a Taipé da então líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, em agosto de 2022.