O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) disse esta quinta-feira que o reforço de meios para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) pode não ter a dimensão necessária para o evento.
À Renascença, o presidente do STEPH acusa mesmo o Instituto de Emergência Médica de anunciar um falso aumento do número de ambulâncias, referindo que os profissionais do INEM "estão alarmados pelo que pode acontecer durante a jornada", que vai trazer o Papa Francisco a Portugal na primeira semana de agosto.
"Já em abril demostrámos a nossa preocupação à Assembleia da República e à Comissão da Saúde pela falta de meios de emergência médica previstos para a JMJ", refere Rui Lázaro, comparando a Jornada à "peregrinação a Meca", que tem "32 mil paramédicos disponíveis".
"Portugal nem sequer tem paramédicos. O que é mais próximo são os técnicos de emergência pré-hospitalar e estamos em défice", indica o dirigente sindical. Para além disso, há uma "greve em vigor e não se prevê que haja um aumento de efetivos durante a Jornada".
“Não vimos o dispositivo a crescer e o reforço anunciado pelo INEM não passa de um registo de matemática, em que as ambulâncias mudaram de nome para poderem ser anunciadas como reforço, mas são exatamente as mesmas com a mesmas equipas.”
De resto, as ambulâncias já fazem falta mesmo sem JMJ, refere. O sindicato admite que "tem recebido diariamente várias denúncias de atrasos no envio de ambulâncias precisamente na região de Lisboa e ainda não ha nenhum evento de massas neste momento".
Num outro plano, o sindicato diz que os profissionais do INEM não receberam horas extraordinárias nem ajudas de custo de missões internacionais. Em falta estarão pagamentos das deslocações à Turquia e ao Chile, com valores entre os 500 e os 800 euros.