A Obra Diocesana de Promoção Social nega a intenção de encerrar 12 atividades de tempos livres (ATL), como foi noticiado esta segunda-feira, mas admite problemas financeiras e que está a ponderar o fecho de quatro estruturas.
Em comunicado, a Obra Diocesana confirma que o conselho de administração da instituição convocou, na passada sexta-feira, “uma reunião com os encarregados de educação das crianças do ATL do Centro Social Fonte da Moura”, mas adverte que “em momento algum este Conselho anunciou o encerramento de 12 ATL que se encontram a cargo desta instituição, sendo por isso esta informação incorreta, desconhecendo a sua origem e, de igual forma, é incorreto o número de utentes associado à notícia”.
Em causa está uma notícia do Jornal de Notícias desta segunda-feira em que é avançada a possibilidade de cerca de 500 crianças ficarem sem o serviço.
Em reação à notícia, o conselho de administração confirma, no entanto, “que está a ser ponderado e negociado o encerramento da resposta de ATL em quatro centros, em articulação com os parceiros socais, a saber, o Centro Distrital da Segurança Social do Porto e com a Câmara Municipal do Porto, processo que envolve um máximo de 142 utentes e não os 500 avançados pela imprensa”.
O Conselho de Administração da Obra Diocesana salienta ainda que se encontra a realizar todos os esforços, junto dos agrupamentos de escolas onde os quatro centros se inserem (legalmente competentes desde 2019), de forma a garantir que os interesses das crianças são e serão salvaguardados, nomeadamente a oferta das atividades de animação e de apoio à família (AAAF), da componente de apoio à família e das atividades de enriquecimento curricular”.
Na nota enviada à Renascença, o Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção Social “confirma que atravessa uma fase de elevadas dificuldades financeiras, que compromete a sua sustentabilidade a curto prazo”.
Ainda assim, a instituição reforça que “está e estará comprometida com a salvaguarda de todas as crianças a seu cargo na totalidade dos 12 centros que administra” e o conselho de administração “reitera ainda que continuará a manter, como até ao momento, uma relação de verdade com a imprensa relativamente às informações divulgadas”
Recentemente, em entrevista à Renascença no âmbito da iniciativa “a pandemia e as suas lições - a visão da igreja portuguesa”, o bispo do Porto, D. Manuel Linda admitia como “muito forte, o problema de sustentabilidade da Obra Diocesana. O bispo diocesano anunciava então ser necessário “proceder à sua readaptação porque, se a deixássemos estar como está, ela seria ingerível”.