Há boas ideias e outras menos boas, mas, no geral, o programa do Governo debatido nesta quarta-feira no Parlamento tem “boas intenções, mas falta de ambição”, diz Jacinto Lucas Pires.
No entender deste comentador, há matérias em que o executivo podia ir mais longe – por exemplo, na luta contra a desigualdade, na defesa do ambiente, na educação e na cultura (“instrumentos do futuro”). “Não se vai tão longe como se deveria ir”.
Henrique Raposo aponta, por seu lado, contradições e critica a “obsessão com o salário mínimo, quanto o problema é o salário médio”.
“Há pessoas sem capacidade de construir família”, refere, lembrando que o trabalho precário é hoje a principal causa de endividamento.
No campo ambiental, Henrique Raposo denuncia a plantação de abacates no Sul do país: “Não tens água no Alentejo e no Algarve e o Governo permite a plantação de abacates? Que política ambientalista é esta?”, questiona o comentador, avançando que “o abacate é um sorvedor de água incrível”.
Sobre o outro tema em análise, a ADSE, Jacinto Lucas Pires defende uma reflexão, pois considera que, nos termos em que hoje existe, “não parece ser sustentável”.
“Ou se vai para outra solução ou se alarga a outras pessoas, não funcionários públicos”, sugere.
Já Henrique Raposo aponta o dedo à esquerda e diz que “o alegado pai do SNS, António Arnault, queria acabar com a ADSE e o João Semedo, do Bloco de Esquerda, queria acabar com a ADSE”.