A crise dos refugiados é um problema de toda a Europa e existem verbas para integrar essas pessoas nos países de acolhimento, afirma à Renascença a comissária europeia para a Política Regional.
Em declarações ao programa “Trabalho sem Fronteiras”, Corina Cretu faz um apelo à solidariedade europeia. Espera que os países relutantes em colaborar na resposta à vaga de migrantes alterem a sua posição.
“Esta migração não é problema de um país ou de outro. Não é um problema da Grécia, não é um problema da Itália. Até agora, no conselho europeu, muitos participantes, chefes de Estado e primeiros-ministros, não estavam a favor de partilhar o fardo do problema dos migrantes. Mas espero que os últimos acontecimentos mudem o pensamento de países que estão relutantes em alinhar com a solidariedade.”
A comissária europeia lembra que há dinheiro dos fundos da política regional para aplicar em medidas de integração.
“Os países membros podem usar este dinheiro para abrigos, educação, dar emprego aos migrantes. É um assunto em que a Europa não tem sido bem sucedida e devemos pensar mais sobre isto”, sublinha Corina Cretu.
Defende que é preciso distinguir entre “migração dentro da União Europeia e as pessoas que vêm de fora e, claro, devemos defender os nossos valores. Não é fácil, não é confortável, mas devemos organizar-nos para dar uma oportunidade àquelas pessoas, para as integrar”, conclui.
Corina Cretu falava à margem do 55.º Congresso Europeu de Ciência Regional, que decorreu na Assembleia da República, em Lisboa.
O fórum visa reforçar o diálogo entre cientistas-políticos, autoridades locais e empresas, mas também ao nível das instituições da União Europeia, para ajudar investir melhor e de forma mais eficaz.
Nesta edição de “Trabalho sem Fronteiras” destaque ainda para uma entrevista com Tomaz Ponce Dentinho, o presidente da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional.
A Europa pede ajuda aos cientistas para investir melhor nas regiões, mas os cientistas devem ter mais intervenção e co-responsabilidade nas decisões dos políticos, defende Tomaz Ponce Dentinho.
O programa “Trabalho sem Fronteiras” é uma parceria da Renascença com a Euranet, a rede europeia de rádios.